Chegamos à edição 100 da coluna Vão Livre! Em todas essas edições, foi um prazer compartilhar com os leitores tantos projetos, produtos, obras de arte, inspirações e contribuir para que tenhamos espaços residenciais e comerciais mais belos e que proporcionem bem-estar.
Nessa edição tão especial - afinal 100 é um número marcante - queria um conteúdo especial, algo que falasse de beleza, de leveza, de delicadeza, tudo isso que é tão importante e tão necessário nas nossas vidas e no nosso mundo.
Surgiu, então, a ideia de falar sobre ikebana, bonsai e kokedama, técnicas florais japonesas que sempre me inspiraram, tamanha sua beleza, apesar de seu minimalismo e delicadeza.
Sempre fui uma admiradora dessas técnicas e me encanto sempre, pois cada arranjo é dotado de uma beleza única. Uma forma que escolhi para celebrar as 100 edições da coluna, que tem como propósito levar beleza e inspiração para os ambientes.
Ikebana
A origem do Ikebana, arte milenar japonesa, ainda não é um consenso. Para alguns estudiosos, essa técnica teve seu início com a dedicação de flores para Buda. Em documentos antigos, estão registradas as oferendas de flores de Lótus a Buda nas cerimônias realizadas no Templo Todai. Outros datam sua origem de 607 d.C, quando uma missão diplomática da China a introduziu no Japão.
Segundo registros, foi no século XIV que a oferenda religiosa passou a ter também um caráter estético, sendo praticado por nobres. Seu foco são os caules e folhas, em vez das próprias flores. Criando assim um arranjo floral com harmonia linear, rítmica e colorida. Na arte ikebana, procura-se retratar o equilíbrio existente no universo, unindo o céu (shin), o homem (soe) e a terra (tai ou hikae), em um mesmo arranjo.
O Ikebana é um arranjo para ser visto de frente, portanto, uma mesa central não é o local ideal para ele. No Japão, os arranjos de Ikebana são normalmente colocados onde os hóspedes são recebidos, como uma forma de acolhê-los, portanto, um hall de entrada, na sala de visitas, é o lugar mais tradicional.
Bonsai
Embora a palavra ‘Bon-sai’ seja japonesa, a arte tem origem no império chinês. Por volta do ano 700 a.C., os chineses começaram a arte do pun-sai, usando técnicas especiais para cultivar árvores anãs em bandejas.
Originalmente, apenas a elite da sociedade praticava o pun-sai, e, assim, as árvores foram espalhadas por toda a China, como presentes de luxo. Durante o Período Kamakura, a arte foi introduzida no Japão.
Os japoneses desenvolveram o Bonsai, com a influência do zen-budismo. Muitas técnicas, estilos e ferramentas, largamente conhecidos hoje, foram criados no Japão. Embora conhecido de forma limitada fora da Ásia por três séculos, recentemente o Bonsai passou a ser difundido fora de seus países de origem.
O Bonsai não é um tipo de árvore, mas uma técnica específica de cultivo de árvores, que permite que elas fiquem de pequeno porte, mantendo as características da árvore original. O objetivo da técnica é criar uma composição artística e trazer um pouco da natureza para dentro de casa, especialmente, em pequenos espaços, como é o caso do Japão.
Kokedama
A técnica kokedama, que significa “bola de musgo”, é um método de cultivo, de origem japonesa, que surgiu no século 17. Ela consiste em envolver as raízes com uma bola compacta de substrato, com terra adubada argilosa, fibra de coco, musgo e húmus. As kokedamas podem ficar suspensas ou apoiadas em pequenas bandejas ou móveis.
Chamam atenção pela beleza e delicadeza. E, a depender do tipo de planta, são de simples manutenção. Basta borrifar água diariamente ou mergulhar a bola de musgo semanalmente em um recipiente com água, até que as bolhas de ar parem de subir. O resultado são pequenas esculturas verdes que embelezam qualquer lugar onde esteja.
Este vídeo pode te interessar
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.