Componente da mesa de boa parte dos brasileiros, a carne bovina está mais cara. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a proteína teve um aumento de 28,36% nos últimos doze meses.
São várias as causas para esse aumento: mudanças climáticas, alta do dólar, tornando as exportações mais atrativas do que o mercado interno, e aumentando os custos de produção. Esse cenário, associado ao maior índice de desemprego e à queda brutal do poder de consumo dos brasileiros, fez com que o consumo de carne vermelha fosse o mais baixo em 26 anos.
De forma alguma, a proposta dessa edição é justificar os problemas e a política econômica e ambiental equivocada conduzida pela gestão federal e que tem levado a esse cenário. Mas trazer contribuições e propostas para lidar com esse cenário adverso para tantas famílias.
Muitas vezes, as crises, sejam elas nas empresas, na vida pessoal ou na economia, exigem uma revisão e uma mudança de paradigma. Por isso, a ideia dessa edição é propor aos leitores se abrir a uma mudança alimentar que proporcionará enorme ganhos para a saúde, para as finanças pessoais e para a sustentabilidade do planeta.
A BOA NOTÍCIA
Substituir a proteína animal por proteína vegetal faz bem para a sua saúde e para o planeta. São inúmeras as pesquisas científicas que confirmam que uma dieta a base de vegetais e com reduzida ingestão de proteína animal é benéfica para o organismo.
É importante desmistificar uma percepção equivocada de que a principal fonte de proteína é de origem animal. Segue uma longa lista de alimentos vegetais que contém elevado índice de proteínas e são ricas em aminoácidos: arroz com feijão, quinoa, tofu, semente de chia, grão-de-bico, tahine, linhaça, amêndoas, amendoim, pasta de amendoim, aveia, brócolis, sementes de abóbora, lentilha, semente de girassol, soja.
Em um estudo recente publicado no The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, pesquisadores da Harbin Medical University na China descobriram que substituir uma proteína animal no jantar por uma proteína vegetal poderia reduzir o risco de certas doenças cardiovasculares em 10%.
Um estudo do programa Oxford Martins sobre o Futuro da Alimentação, de 2016, da Universidade de Oxford, concluiu que dietas à base de vegetais podem salvar milhões de pessoas, além de contribuírem para a redução do impacto das mudanças climáticas. O sistema alimentar é responsável por mais de um quarto de todas as emissões de gases de efeito estufa e, portanto, um dos principais motores das mudanças climáticas.
Estudo encomendado pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) realizado pela consultoria Inteligência em Pesquisa e Consultoria (IPEC), antigo Ibope, em fevereiro deste ano, mostra que um terço dos brasileiros já escolhe opções veganas nos cardápios de restaurantes e lanchonetes. Além disso, 46% dos brasileiros já deixam de comer carne, por vontade própria, pelo menos uma vez na semana.
"The China Study" é o maior estudo realizado sobre a relação entre a alimentação e o risco de desenvolvimento de doenças. Publicado em 2005, sob a forma de um livro, foi dirigido pelo Dr. T. Collin Campbell, professor de Bioquímica Nutricional na Universidade de Cornell nos EUA, com mais de 40 anos de experiência em pesquisas e autor de mais de 300 artigos científicos. Abrange mais de duas décadas de investigação e é realizado em conjunto pelas Universidades de Cornell, Oxford e pela Academia Chinesa de Medicina Preventiva de Pequim.
Os autores apontam uma correlação entre a dieta animal e diversas doenças, como as doenças cardíacas, câncer e diabetes tipo 1.
O QUE PODEMOS FAZER?
- Ler,
pesquisar, se informar. Existem muitos conteúdos disponíveis:
pesquisas científicas, livros, documentários.
- Se permitir experimentar um novo universo de texturas, sabores e bem-estar que uma alimentação a base de vegetais nos proporciona
- Escutar seu corpo, pois ele sinaliza quando não estamos nos alimentando de forma saudável. As doenças como hipertensão, diabetes tipo 1, artrite, artrose, doenças cardíacas, refluxo são nosso corpo sinalizando que não estamos cuidando bem dele. Não adianta tomar remédios e continuar com o estilo de vida que deu causa a esses sintomas e problemas de saúde. Cuide do seu corpo e cuide do planeta.
- Indico abaixo cinco livros e 3 documentários com muito conteúdo de qualidade sobre o tema.
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