A Academia Espírito-santense de Letras recebeu um novo membro – o poeta Sérgio Blank. Por limitações de saúde, não tenho podido manter presença constante em nossa academia.
Mas se não posso comparecer fisicamente a todas as reuniões e sessões, nunca me ausento em espírito e em comunhão.
> Luta e resistência de mulheres para criação de Academia de Letras
Algumas pessoas pensam que Academia de Letras é instituição anacrônica, totalmente desligada do mundo atual. Não subscrevo essa opinião.
Nas academias, os membros estimulam uns aos outros. Relatam-se os textos em andamento, os livros projetados ou concluídos etc.
É um ambiente fraterno.
Contrasta com as ferrenhas disputas do universo capitalista.
Numa época em que se exalta a matéria, todos aqueles que privilegiam o espírito encontram-se na contramão. Mas é a contramão que faz o mundo avançar, e não o pensamento convergente.
A história das academias registra casos em que o pretendente a cadeira só foi eleito depois de várias tentativas sem êxito.
Por outro lado, houve prosadores e poetas aos quais se recusou o cetro acadêmico, mas que se tornaram imortais pela grandeza da obra.
Foi isto o que aconteceu com Geir Campos.
O grande Geir pretendeu ingresso na Academia Brasileira de Letras. A vaga, para desprestígio da instituição, lhe foi negada. Essa recusa não obscureceu sua glória.
Geir Nuffer Campos nasceu em São José do Calçado, cidade em que residi durante o tempo em que fui juiz de Direito da Comarca.
Já residindo em Niterói, ele foi a sua terra natal e nos visitou. Fomos presenteados com originais de trabalhos seus que guardo ciosamente.
Em São José do Calçado, Geir quis visitar a casa de sua infância e tive a honra de o acompanhar nessa visita. Foram momentos de grande emoção para a alma do poeta.
Mas vamos agora falar de Sérgio Blank. O recém-empossado acadêmico nasceu em Vitória, em 7 de abril de abril de 1964. Com 20 anos de idade, publicou seu primeiro livro.
Sensível, escreveu poesia e literatura para crianças.
Em 2017, editou sua obra completa sob o título “Os dias ímpares“.
Sérgio é um pacifista, como pacifista deve ser todo poeta.
Guerra é negação de humanidade. Não combina com poesia.
Vamos sorver a essência dos versos que se seguem. Traduzem pura poesia na exaltação da paz...
“Gente que nasceu em meu ano /
Não pensa a Guerra /
Pedala sem tocar qualquer chão /
Pessoas que são poucas coisas /
Passeios suados de bicicletas /
Findando nos ônibus de rodoviárias / Nas caronas já caretas.“
Este vídeo pode te interessar
(Versos do poema “O anel que tu me deste”).
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.