O Censo Imobiliário promovido pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Espírito Santo (Sinduscon-ES) é uma precisa fotografia do mercado imobiliário do Estado. Publicado desde 2002, o Censo chega a sua 39ª edição cumprindo seu propósito: ajudar empresários, investidores e clientes a tomarem decisões baseadas em dados.
Com informações de lançamentos, obra e vendas de 65 empresas de cinco cidades da Grande Vitória (Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica e Viana), esta última edição traz os números relativos ao primeiro semestre de 2022 e mapeia a segmentação do mercado nestes municípios em médio-alto padrão, econômico e comercial.
A análise destes dados ratifica uma percepção que o olhar e o acompanhamento do dia-a-dia dos negócios imobiliários já sinalizavam: o mercado continua crescendo e valorizando.
A retomada da curva de expansão experimentada nos últimos dois anos mantém-se ativa, mas o fator principal é que a relação entre lançamentos, estoques de imóveis em construção e velocidade de vendas encontra-se equilibrada. E este equilíbrio é uma ótima notícia para a saúde do segmento no curto prazo e sua sustentabilidade de médio e longo prazos.
Elencamos três fatores que demonstram, em números, este equilíbrio saudável do mercado imobiliário capixaba:
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01
Lançamentos
Existem hoje 137 empreendimentos lançados ou em construção nestes cinco municípios da Região Metropolitana da Grande Vitória, totalizando 14.392 unidades. Vitória abriga 3040 destas unidades; Serra, 3587; e Vila Velha, 6897. Embora expressivo, este número ainda é bastante distante do ápice da expansão do setor, detectada em 2012, com 36.461 unidades, mas 36,75% superior ao período de maior recuo, 2019, com 10.524 unidades.
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02
Vendas
2 - Destas 14.392 unidades, 64,8% estão vendidas. Em Vitória este número atinge 72,3%. Mas há outro ponto ainda mais relevante: as construtoras chegam na fase de acabamento dos empreendimentos com 77,5% das unidades comercializadas. Se considerarmos que o período que antecede a entrega de um produto é um bom momento de vendas, podemos inferir que as construtoras chegam ao habite-se dos seus empreendimentos com os estoques baixos, senão zerados.
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03
Velocidade sobre oferta
O índice VSO (Velocidade Sobre Oferta) dos produtos lançados no médio-alto padrão está em 7%. Se este não é um número excelente, tampouco é ruim. Isto significa que, se nenhum empreendimento fosse lançado, os estoques zerariam em 14 meses. Vitória destaca-se neste cenário, com um VSO de 9,8%, este, sim, um belo número. No segmento econômico o VSO está um pouco mais baixo, 6,4%.
Outro ponto que demonstra o momento oportuno que o mercado imobiliário atravessa é a valorização dos imóveis. Segundo pesquisa da FipeZap divulgada agora em setembro, Vitória é a cidade com maior valorização dos imóveis entre as capitais, 20,75% em 12 meses. É claro que boa parte desta valorização é devido à recomposição da inflação no setor, mas a absorção destes aumentos sem um grande comprometimento da velocidade de vendas é um outro indicador da saúde do segmento.
Embora o mercado imobiliário e a construção civil sejam grandes alavancadores do PIB nacional, nenhum segmento mantém o crescimento no longo prazo se demais setores da economia não avançarem conjuntamente. Para isso, elementos macroeconômicos, como renda e emprego, por exemplo, também são determinantes para que este bom momento não seja apenas mais um “voo de galinha”.
Este olhar para dentro que o Censo Imobiliário proporciona mostra que o setor imobiliário capixaba está fazendo a sua parte. Um mercado equilibrado é o retrato de um mercado maduro, pronto para aproveitar as oportunidades de crescimento, mas também mais resiliente para enfrentar os eventuais momentos de dificuldades.
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