Ao contrário das street liderarem os emplacamentos de motocicletas no primeiro semestre (52,4% de participação no mercado), segundo o levantamento mais recentes da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), no Espírito Santo, quem predomina mesmo são as motocicletas esportivas.
Elas são maioria, quando perguntado para os capixabas qual tipo de moto possui em casa: 31%. Em segundo, ficaram as populares scooters (27%) e em terceiro, a dona do asfalto, pelo menos no resto do país, a street, com 20%.
Os dados são de uma pesquisa inédita, realizada pela área de Inteligência de Mercado da Rede Gazeta, de 28 de junho a 3 de julho e envolveu um universo de 435 entrevistados leitores de A Gazeta.
Para a analista de Pesquisa de Mercado da Rede Gazeta Inayara Soares da Silva, a pesquisa quantitativa é fundamental para entender o setor de motos no Espírito Santo.
“Ela fornece informações cruciais sobre a demanda, preferências dos consumidores e tendências de mercado. A pesquisa também ajuda a compreender o perfil do motociclista capixaba, auxiliando no direcionamento de estratégias de marketing e na oferta de produtos e serviços mais alinhados com suas necessidades”, avalia.
Outros dados relevantes apontados pela pesquisa mostram que 21% dos capixabas possuem moto, sendo que desse total, 89% têm apenas uma moto. Desse universo 50% são da classe D/E. E com relação à marca, a Honda sai na frente no Espírito Santo, repetindo a preferência nacional, com 59% do mercado, seguida da Yamaha, com 26% , Harley-Davidson (7%), Ducati (4%), Shineray (3%) e BMW (3%).
Intenção de compra
Quando se fala em intenção de compra, 48% querem comprar uma moto, sendo que 56% pretendem adquirir uma no próximo ano e 14% dizem pensar em adquirir uma motocicleta este ano. Apesar das preferências se dividirem com relação à procedência, a maioria tem intenção de comprar uma zero quilômetro (49%), enquanto 43% pretendem adquirir uma moto seminova e 8%, uma com mais de cinco anos de uso.
Na hora de falar o valor, 48% dos entrevistados tem intenção de pagar até R$ 25 mil em uma motocicleta, enquanto 24% admite querer pagar um pouco mais caro, até R$ 40 mil. O financiamento é a principal modalidade de pagamento do capixaba, com 46% da preferência, ante 27% para compra à vista e 22% consórcio.
Outro detalhe importante do perfil de quem deseja comprar uma motocicleta até R$ 25 mil é a predominância de mulheres, elas são 56%, têm entre 30 e 39 anos de idade (34%), são moradoras de Vitória (24%) e pretendem financiar (66%). A maioria é assalariada (59%) e pertence à classe D/E (64%).
E na hora da compra, o capixaba prioriza segurança (30%), preço (15%) e qualidade (13%). A reputação da marca é o principal fator considerado na hora da escolha da moto (44%), seguido de condições de pagamento (38%) e recomendação de especialistas (33%).
A concessionária é o local preferido dos capixabas para fazer um bom negócio (40%) e também para buscar informações para adquirir uma motocicleta (28%). Outra fonte de informações são os sites de busca (25%), sites especializados (23%) e das próprias marcas (22%).
Outro detalhe que chamou a atenção é que 20% dos capixabas já estão de olho na possibilidade de adquirir uma motocicleta elétrica, talvez por ser mais acessível do que um carro. Mas os modelos flex ainda predominam a intenção de compra do capixaba, 41% e 39% querem um modelo a gasolina.
Crescente procura por modelos maiores
Também conversamos com o presidente da Abraciclo, Marcos Bento, que fez uma avaliação sobre o mercado atual de motocicletas, usando esse recorte do Espírito Santo. Um dos pontos que ele ressaltou é sobre a crescente procura por modelos de média e alta cilindrada nos últimos meses, quando comparamos o interesse maior do capixaba por modelos esportivos.
“Podemos dizer que é um movimento natural no mercado de motocicletas e que acontece no segmento de carros também. Quem já tem um modelo pequeno, de baixa cilindrada, quer adquirir um médio. A tendência do consumidor é sempre procurar por modelos com melhor desempenho e mais tecnologia. Afinal, o uso não ficará restrito ao dia a dia. Ele vai querer pegar uma estrada nos finais de semana. A motocicleta passa, então, a ser também um hobby”, afirma.
Outro fator destacado é a concessionária ser o local preferido para o capixaba buscar informações sobre a moto que pretende comprar. Segundo Bento, alguns motivos dessa preferência podem ser a experiência de conferir de perto o modelo que irá adquirir, a possibilidade de fazer um test ride, ou a própria qualidade do atendimento técnico realizado pelas equipes de vendas/acessórios, treinadas e atualizadas pelas fabricantes.
Ele também enfatizou a acessibilidade da motocicleta, por isso ser uma preferência da classe D/E, quando comparado com o valor de um automóvel zero quilômetro. Mas, segundo Bento, não é o único fato, já que a motocicleta é um veículo “econômico, tem baixo custo de manutenção, é fácil de estacionar e garante maior agilidade e mobilidade nos deslocamentos urbanos”.
Para ele, uma das diferenças da motocicleta sobre o carro é poder ser utilizada como veículo principal ou alternativo nas grandes cidades. “Durante e após a pandemia, a motocicleta teve papel estratégico na circulação logística nacional, se tornando também um importante instrumento de inclusão social, proporcionando, a milhares de brasileiros, uma oportunidade de geração de renda”, comenta.
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