CAMPINAS (SP) - A Fiat lançou, nesta terça-feira (6), as duas primeiras versões de modelos híbridos da marca. O lançamento aconteceu em grande estilo, com a presença maciça da imprensa e também dos concessionários da marca, já que este é um grande passo não apenas para a montadora italiana, mas também para a Stellantis, grupo do qual a empresa é parte, e tem metas de descarbonizar até 50% de toda a sua cadeia produtiva até 2030.
E nada melhor do que começar pela Fiat, montadora de origem italiana, mas com o coração no Brasil, já que é praticamente considerada “da casa”, sobretudo com modelos que se popularizaram ao longo dos anos, a ponto de se tornarem clássicos. Além disso, destaca-se a ampla cobertura da marca no mercado nacional. Afinal, é uma das mais antigas, com fábricas no país, e está entre as maiores em número de concessionárias.
Outro motivo se deu por conta do pioneirismo da montadora, que, aqui no Brasil, foi a primeira de muitas tecnologias, como o primeiro modelo a etanol produzido em série no mundo, o Fiat 147, em 1979; o primeiro popular com motor 1.0 no país, com o lançamento do Uno Mille, em 1990; o primeiro popular 1.0 flex do Brasil, mais uma vez com o Uno, em 2002; e o primeiro veículo do mundo em série a rodar com quatro combustíveis, o Siena Tetrafuel, em 2006.
São tantas “primeiras vezes”, que a marca acabou por influenciar uma série de comerciais que estarão circulando, em breve, apostando na nostalgia (vide a música “Like a Virgin”, de Madonna, usada na trilha) e na familiaridade, já que alguns dos “personagens” do primeiro teaser “crescem” a bordo de um Fiat, até chegar à sua versão mais adulta nos dias de hoje, pilotando os modelos híbridos da marca.
A ideia aqui é que a Fiat seja o primeiro carro híbrido das pessoas, mesmo essa tecnologia já existindo em outros modelos de outras montadoras, inclusive bicombustível, no caso da Toyota, no Brasil, mas a empresa quer ir pelo lado da acessibilidade por meio do preço.
Pulse e Fastback
Para estrear a motorização (híbrida leve), a montadora escolheu dois de seus principais e mais recentes modelos: o Pulse e o Fastback.
“A Stellantis decidiu começar pela Fiat porque somos a marca líder de vendas no Brasil há quase quatro anos, atingimos o maior número de brasileiros e temos capacidade de popularizar o híbrido. O Pulse e o Fastback são os dois modelos mais desejados da marca e, por isso, serão os responsáveis por impulsionar esta nova era”, afirma o vice-presidente da marca Fiat Stellantis América do Sul, Alexandre Aquino.
A hibridização da frota será gradual e de acordo com a demanda, começando pelas versões intermediárias de ambos os modelos, a Audace e a Impetus, que deixam de ser apenas a combustão e passam a ser comercializadas unicamente como híbridas (mais informações, na matéria sobre o lançamento, clicando aqui). Os novos modelos, inclusive, devem chegar às concessionárias ainda nesta semana e terão um posicionamento de preços bastante agressivo.
“A Fiat não vem para tentar e sim para dirigir e puxar uma nova tendência. Teremos um posicionamento de preços que será relevante, que traga valor para o cliente e que seja acessível”, complementa.
Inicialmente as novidades estarão presentes nas versões intermediárias. Ainda não há previsão para o lançamento de um híbrido nos modelos de entrada. De acordo com Aquino, isso vai depender da demanda, por meio de uma estratégia gradativa até que a montadora tenha todo o seu line-up de produtos híbridos.
Os novos híbridos são flex (assim como os carros da Toyota no Brasil), mas também foi perguntado se há a possibilidade de ter modelos híbridos movidos apenas a etanol. O combustível é bem menos poluente do que os derivados de petróleo, o que joga o Brasil no pioneirismo da descarbonização no mundo, já que cerca de 30% da frota nacional atualmente circula movida apenas com etanol.
Para o vice-presidente da Stellantis América do Sul, Emanuele Capellano, isso é questão de tempo, uma vez que a empresa já dispõe da tecnologia, mas ainda não há demanda de modelos híbridos movidos apenas a etanol.
“À medida que a demanda amadurecer, a tecnologia já estará pronta. O Brasil será o ponto de partida dessa tecnologia desenvolvida 100% nacionalmente, mas a hibridização será em toda a América do Sul, e já há interesse em outras partes do mundo com relação à utilização do biocombustível”, complementa.
Em tempo
A Stellantis planeja, para os próximos anos, mais de 40 novos modelos e oito powertrains, incluindo opções híbridas e 100% elétricas. Esses veículos serão lançados tanto pela Fiat quanto pelas demais marcas da Stellantis como parte dos R$ 32 bilhões em investimentos até 2030.
A jornalista viajou a convite da Fiat.
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