Doutor em Doenças Infecciosas pela Ufes e professor da Emescam. Neste espaço, faz reflexões sobre saúde e qualidade de vida

Conheça as novidades em pesquisas médicas para 2025

Obesidade ainda será um assunto de relevância, já que existem outros compostos em estudo além dos usados no Ozempic e no Mounjaro

Publicado em 30/01/2025 às 03h00

No ano que findou, o destaque de popularidade e ganho foi para as companhias farmacêuticas que produzem as populares canetas de emagrecimento, a Novo Nordisk, da Ozempic e a Eli Lilly, da Mounjaro. Com esse comentário, a Nature Medicine publicou um interessante artigo onde especula quais os principais ensaios clínicos que vão impactar a Medicina em 2025.

Obesidade ainda será um assunto de relevância, já que existem outros compostos em estudo. Ainda na área de nutrição, um estudo muito interessante é o chamado Nutrição para uma Saúde de Precisão, projeto do NIH (National Institute of Health, dos EUA), em que 8 mil adultos com diversas condições de saúde e uso de medicamentos variados serão acompanhados com três padrões de dietas diferentes. O objetivo é entender por que as pessoas respondem de modo diferente às intervenções dietéticas.

O projeto envolve o uso de inteligência artificial com o objetivo de customizar padrões dietéticos que possam ser benéficos em níveis individuais. Você, cara leitora, saberia a dieta ideal para você, que poderia ser um pouco diversa da de seu marido.

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Ozempic. Crédito: Shutterstock

Um grupo de pesquisadores da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, com apoio da Universidade de Heidelberg (Alemanha), desenvolve uma pesquisa inovadora em Burkina Faso na África Ocidental, em 600 casas em 25 aldeias, com implantação de telhados frios altamente reflexivos, com capacidade de refletir a irradiação solar e prevenir a transferência de calor para o interior das moradas, observando em uma região muito afetada pelo aquecimento global, os efeitos por dois anos, na saúde, qualidade de vida e de sono.

Oncologistas da Mayo Clinic estão concluindo um ensaio com uso de um radiofármaco (Pluvicto) no tratamento de câncer de próstata metastático resistente à intervenção hormonal. A ideia, submetida ao FDA (USA), seria usar essa medicação de modo mais precoce, antes da quimioterapia, no que, acreditam os pesquisadores, teria um enorme impacto no tratamento.

Um grupo de pesquisadores franceses desenvolve um ensaio clínico, acompanhando 53 mil mulheres em vários países europeus, estudando uma estratégia de rastreamento de câncer de mama personalizado. Realizando um teste de DNA em amostra de saliva, usando um escore de risco poligênico, aliado à história familiar de câncer, e de acordo com a densidade da mama, os pesquisadores querem desenvolver um modo de rastrear individualizado, comparando com o tradicional. Aliás, muitos cientistas preveem que o futuro da medicina será de intervenções cada vez mais personalizadas, em vez do tradicional “one size fits all”, como se diz na língua inglesa.

Na última década tem havido um extraordinário aumento no diagnóstico de autismo. Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos EUA, estão desenvolvendo um projeto de uso de jogos de computador (Guess What, o principal) de modo planejado e coordenado nos primeiros anos de vida (2 a 8 anos de idade) e seu impacto no aprendizado e sociabilização. Enfim, muitas e importantes pesquisas em andamento trarão sem duvida boas novas.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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