Todo final de ano, a revista Nature Medicine especula, com cientistas de todo o mundo, quais as pesquisas de ponta cujos resultados eles esperam ver no próximo ano. Vamos usar este espaço para conhecer algumas dessas pesquisas.
Na oncologia, o câncer de pulmão ainda é descoberto muito tarde. Quase ¾ são diagnosticados em estágios avançados, e muitas vidas se perdem. Dois estudos são importantes para o diagnóstico mais precoce. O primeiro (4-IN THE LUNG RUN) está investigando 26 mil pessoas em seis países europeus e busca avaliar se o uso de tomografia de pulmão como rastreamento pode ser a cada dois anos se a primeira for absolutamente normal ou se deve ser anual nos tabagistas crônicos.
O segundo, desenvolvido em seis hospitais do Reino Unido, quer investigar 150 mil pacientes que fizeram RX de tórax por solicitação médica, se a aplicação de inteligência artificial na análise dessa imagem encurta o tempo de diagnóstico. Ainda em pesquisas de câncer, o estudo Nadina, desenvolvido na Europa, nos Estados Unidos e na Austrália, avalia imunoterapia para melanoma. Por fim, novos tratamentos para metástases cerebrais de câncer de mama estão sendo investigados no estudo Destiny-Breast12, também internacional, nos EUA, Europa e Austrália.
Estudos de novas vacinas também são vários e diversos. A Nature destaca dois deles, embora muitos pudessem ser citados. Uma nova e promissora vacina de HIV passará a ser estudada. Ainda em Fase 1, a VIR-1388 é uma vacina que usa um vetor viral, o citomegalovírus. Essa vacina induz uma robusta imunidade celular que tem o potencial de prevenir a aquisição do vírus HIV. É um novo conceito, ainda avaliando somente segurança e resposta imune, e será conduzida em sítios nos EUA e na África do Sul. Também uma nova vacina para malária, R21, será testada em 2,4 mil crianças em áreas endêmicas de Burkina Faso, Quênia e Tanzânia.
Um desafio para os médicos e enfermeiros tem sido estratificar o risco das pessoas que procuram os serviços de pronto-socorro. Muitos sistemas de classificação foram criados e muitas vezes criticados quando aplicados na vida real. O Centro Médico universitário de Maastricht (Holanda) criou um sistema novo, o Riskimdex, aplicando inteligência artificial para identificar quais os pacientes de maior risco que procuram um serviço de emergência. O MARS-ED será um estudo desenvolvido em vários hospitais europeus para avaliar esse novo sistema com objetivo de otimizar os serviços de emergência e salvar mais vidas.
Finalmente, o estudo Stem-PD vai transplantar células nervosas produtoras de dopamina, derivadas de células-tronco embrionárias humanas nos cérebros de pacientes com 50-75 anos de idade com Doença de Parkinson moderada. É muito inovador porque será a primeira vez que terapia com células-tronco será testada para a doença.
Vamos desejar um feliz 2024 para todos esses pesquisadores.
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