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Ex-jornalista de A Gazeta morre aos 73 anos de idade, no Acre

Adepto do Santo Daime, capixaba de Baixo Guandu foi para o Norte do país em busca de uma vida simples

Vitória
Publicado em 09/07/2024 às 12h43
Schneider se interessou subitamente pelo Acre, ao conhecer a cultura espiritual da ayahuasca, da qual faz parte a doutrina do Daime
Schneider se interessou subitamente pelo Acre, ao conhecer a cultura espiritual da ayahuasca, da qual faz parte a doutrina do Daime. Crédito: Divulgação

Capixaba de Baixo Guandu, morreu nesta segunda-feira (8), aos 73 anos, no Acre, o jornalista Flaviano Schneider. A causa da morte não foi revelada. Ele deixa a mulher e duas filhas. Flaviano chegou a trabalhar no jornal A Gazeta, nos anos 1970, como redator e repórter de matérias especiais.

Schneider foi um repórter atuante na imprensa do Acre desde os anos 1980 e chegou a ser assessor de imprensa do então senador petista Tião Viana. Definia-se como um mônada, expressão filosófica para definir uma substância simples.

Seu corpo foi velado em Rio Branco (AC) no santuário da Colônia Cinco Mil, da doutrina do Santo Daime, do qual ele era seguidor.

Schneider se interessou subitamente pelo Acre, ao conhecer a cultura espiritual da ayahuasca, da qual faz parte a doutrina do Daime. Influenciado pelo estilo de vida hippie e com um grande desejo de conhecer e viajar pelo país, foi para a Amazônia com o objetivo de fazer o que chamava de “uma busca interior".

“O entrosamento com a comunidade do Daime foi marcante e fez com que eu ficasse de uma vez por aqui. Casei-me com uma acriana em 1984 e trabalhei em todos os jornais impressos que existem hoje, além de alguns que não existem mais, como A Folha do Acre”, relatou, em 2017, ao portal “Notícias do Acre”, informativo do governo acriano, por ocasião da sua aposentadoria após 50 anos de militância no jornalismo.

Irmão de Flaviano, o também jornalista Eleutério Schneider lembra que aprendeu muito com ele. "Flaviano sempre amou a profissão de jornalista , tanto que militou exatos 50 anos na área. Deixou o Espírito Santo nos anos 1980, depois de me incentivar a seguir na mesma profissão, me levando também para A Gazeta, onde fiquei por 11 anos."

Eleutério,  que tem 68 anos, mora em Baixo Guandu e até hoje atua na área da Comunicação, trabalhou em A Gazeta entre 1976 e 1987,  sendo um ano em Vitória e 10 na sucursal do jornal em Colatina. Ele afirma que seu irmão se realizou espiritualmente indo morar na Amazônia.

Eleutério Schneider

Irmão de Flaviano Schneider

"No Acre, Flaviano encontrou no Santo Daime sua aspiração religiosa e morreu sereno, ontem (segunda) pela manhã, vivendo de maneira absolutamente simples e praticando sua fé"
Reprodução parcial da reportagem de Flaviano Schneider, publicada no jornal A Gazeta em 1976, sobre a crise na habitação no ES
Reprodução parcial da reportagem de Flaviano Schneider, publicada no jornal A Gazeta em 1976, sobre a crise na habitação no ES. Crédito: Reprodução AG

Em 20 de março de 1976, Flaviano fez uma matéria especial para A Gazeta - “Habitação popular - mas nem tanto” - mostrando o drama habitacional das famílias de baixa renda no Espírito Santo. “O déficit habitacional, bem como o baixo poder aquisitivo da população, são problemas que afligem o Brasil”, escreveu.

Nada tão atual, infelizmente.

Flaviano foi em paz. E na simplicidade com que sempre sonhou. E alcançou.

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