Morreu na madrugada desta terça-feira (23), de câncer, aos 57 anos de idade, o jornalista Edilson Lenk. Responsável pela comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT-ES) por 21 anos (1996/2017), não por acaso Lenk era conhecido pelo apelido "Edilson da CUT".
Saiu da central ligada ao PT logo após a reforma trabalhista do presidente Michel Temer extinguir o chamado imposto sindical, forçando entidades e centrais sindicais a reduzirem radicalmente seus custos.
"Sou uma das vítimas do duro ataque por que passa a classe trabalhadora brasileira em todos os aspectos. O golpe não deixaria a organização da classe ilesa", escreveu Lenk à época, em suas redes sociais, para comunicar o seu desligamento como jornalista da CUT.
Lenk era membro da velha guarda do jornalismo sindical no Estado. Atuou na comunicação de vários sindicatos. Era multifacetado e exercia seu ofício tanto como assessor de imprensa, mas também como redator, editor, designer e diagramador de materiais impressos. Era pouco para ele, que ainda emprestava sua voz de barítono como locutor e mestre de cerimonial de dez em cada dez sindicatos capixabas.
Dividia sua dedicação à imprensa sindical com a militância às múltiplas causas culturais e sociais do Centro de Vitória - era um entusiasta das políticas e projetos de revitalização do Centro -, integrava a Associação de Moradores do bairro e a diretoria da tradicional Unidos da Piedade, escola de samba pela qual desfilava com muito orgulho.
Mineiro de Aimorés, em 2017 recebeu da Assembleia Legislativa o título de Cidadão Espírito-Santense.
Boêmio profissional, bem-humorado e autor de divertidas tiradas autorreferentes, costumava se apresentar a desconhecidos nos bares como "Edilson que o povo gosta". "Sou jornalista. Trabalho com comunicação sindical e popular. Sou de bem com a vida, busco a felicidade e busco distribuí-la. Quero o melhor da vida para todos", definia-se.
Após toda uma história dedicada e comprometida à luta da classe trabalhadora, há pouco mais de um ano Lenk se viu desafiado por outra luta: a manutenção de sua própria vida, que foi interrompida nesta terça.
O velório de Lenk será na casa do seu pai, Edson Valeriano, na cidade mineira de Aimorés. O sepultamento será em São Sebastião da Vala, distrito daquele município.
Em nota, a CUT-ES lamentou o falecimento do jornalista: "A direção da CUT ES, em nome de seus sindicatos filiados, se solidariza com a dor dos parentes e amigos do companheiro Lenk, ao mesmo tempo em que deseja conforto no coração de cada um, na certeza de que a vida desse grande jornalista e a dedicação ao jornalismo sindical e à luta dos trabalhadores não foi em vão. Ao contrário, plantou sementes".
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