Na dúvida entre a moqueca baiana e a capixaba, ele era pragmático: ficava com as duas. E foi assim, servindo as duas iguarias rivais, além de frutos do mar e comidas nordestinas, que o empresário Valdomiro Vieira, mais conhecido como seu Vadinho, marcou a história da gastronomia de Vila Velha com o restaurante Recanto Baiano.
Seu Vadinho, de 98 anos, morreu nesta sexta-feira (5) de madrugada, vítima de uma pneumonia, e foi sepultado à tarde no Cemitério Parque da Paz, em Ponta da Fruta. Deixa mulher, duas filhas, dois filhos e uma legião de admiradores.
Além das delícias do mar, a cozinha do restaurante também seduzia seus frequentadores com a carne-de-sol de picanha com pirão de leite, prato tipicamente nordestino que até hoje está na memória afetiva de muita gente.
Simpático e carismático, era um restaurateur que recebia os clientes na porta e conhecia a maioria pelo nome, fruto de uma longa caminhada que teve início em 1972, quando abriu o Recanto Baiano na Praia da Costa. Natural do interior da Bahia, onde nasceu no dia 22 de março de 1926, seu Vadinho tinha acabado de deixar seu Estado natal e logo se apaixonou por Vila Velha.
Sorte da cidade, sorte dos capixabas. Depois de 40 anos, em 2012, o Recanto Baiano mudou de endereço e foi para a Praia de Itaparica, onde ficou durante seis anos até fechar definitivamente as portas e entrar para a história da gastronomia canela-verde.
E lembre-se: moqueca é capixaba, mas comida boa, em Vila Velha, sempre teve a marca de um baiano. A marca do seu Vadinho, o mais capixaba dos baianos.
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