Quem pergunta ao estudante Vicente Vasconcellos Villas o que ele vai ser quando crescer, pode se surpreender: médico, advogado, engenheiro, policial, nada disso, a resposta mais comum e tradicional não vale para este estudante de apenas 8 anos, que tem na ponta da língua o caminho que quer percorrer: ornitólogo.
O profissional de nome difícil que se dedica a estudar e observar as cores do bico e da plumagem, os cantos e demais características das aves, além de identificar e mapear as regiões onde cada espécie é encontrada na natureza, é o caminho natural de Vicente, membro mais novo do Clube de Observadores de Aves do Espírito Santo (COA-ES).
A paixão por observar aves começou quando ele era ainda mais jovem, há cerca de dois anos. Vicente brincava com seu avô na Praça da Ciência, em Vitória, e se encantou com um pássaro de bico curto, fino e preto e penas em tons brancos, pretos e castanhos. Logo pesquisou e descobriu que era uma lavadeira-mascarada, um dos nomes populares da espécie Fluvicola nengeta.
“Eu achei a ave muito bonita e me inspirei. Eu não tinha muito interesse em aves, mas sempre gostei da natureza. Gostava de observar as flores e suas colorações e como elas soltam o pólen e as abelhas levam para as colmeias. Depois desse dia, pedi para o meu pai para observarmos aves, ele pensou alguns dias e disse sim. A primeira vez que eu ‘passarinhei’ foi no Parque Botânico, em Vitória”, relata o observador.
Sempre equipado com câmera fotográfica, binóculo e celular, Vicente já “passarinhou” em Vitória e Linhares, no Espírito Santo, em Barreiras, em São Desidério e na Chapada Diamantina, na Bahia, em Campos do Jordão, São Paulo, e em Foz do Iguaçu, no Paraná. Várias das fotos produzidas por ele são postadas no perfil do Instagram @vicente_observador_aves.
ESTUDO DAS AVES
Além de fotógrafo sensível, o estudante também gosta de se aprofundar no estudo das aves. “Quando está em casa nas horas vagas, Vicente faz questão de ler livros para aprender mais sobre o universo das aves, além de fazer desenhos e listas sobre as informações encontradas”, conta a orgulhosa mãe de Vicente, Mariana Vasconcellos Villas.
Embora a vida moderna gire em torno do universo digital, o observador mirim de aves cultiva o saudável hábito de ler livros físicos e exercitar seu talento a partir dessa prática.
“Ele não tem o hábito de telas e gosta muito de desenhar o que vê no livro e criar listas sobre as cidades onde as aves são encontradas, se estão ameaçadas de extinção. Nós sempre o incentivamos, desde o começo. Compramos livros e demos uma câmera antiga que tínhamos em casa. Temos muito orgulho desse caminho que ele está escolhendo de admirar e valorizar as belezas da natureza”, diz Mariana.
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