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Pastor é afastado da Igreja Batista da Praia do Canto, mas vai recorrer

De perfil mais à esquerda, Usiel Carneiro de Souza fez uma live neste domingo e contestou a acusação de  “desvio da doutrina", um dos motivos do seu afastamento pela Justiça

Vitória
Publicado em 08/10/2023 às 18h11
O pastor Usiel Carneiro (no centro), na live, ladeado por dois conselheiros da Igreja Batista da Praia do Canto
O pastor Usiel Carneiro (no centro), na live, ladeado por dois conselheiros da Igreja Batista da Praia do Canto. Crédito: YouTube

Numa live de pouco mais de meia hora pelo canal da Igreja Batista da Praia do Canto (IBPC) no YouTube, realizada neste domingo (8) à tarde, o pastor Usiel Carneiro de Souza, 60 anos, dez deles à frente da congregação, anunciou que vai recorrer da liminar concedida pela Justiça que o afastou da Presidência da organização.

Na ação movida na Justiça, um grupo de 25 pessoas acusa o pastor de “desvio da doutrina batista”. A decisão judicial determina que Usiel Carneiro se afaste da igreja e entregue as chaves do templo, a contabilidade e as senhas bancárias da instituição, mas o pastor anunciou que continua à frente da IBPC e que iria realizar normalmente o culto deste domingo à noite.

Na sentença, o pastor Usiel fica sujeito a uma multa de R$ 5 mil, por dia, se houver descumprimento de cada um dos atos determinados pela Justiça.

Ladeado por Ademir Cardoso e Eliézer Santos Taets, integrantes do Conselho da Igreja, órgão executivo das deliberações da assembleia de membros, Usiel, na live, afirmou que a peça jurídica que resultou na liminar, "induziu ao erro o magistrado" ao utilizar "mentiras, calúnia e difamação".

Os conselheiros também falaram na live e afirmaram que o pastor não participa da gestão financeira e nem toma decisões sobre patrimônio ou desligamento de membros, o que é uma atribuição da Assembleia da Igreja Batista da Praia do Canto.

O pastor Usiel relatou que seus problemas com o grupo que obteve a liminar começaram em 2020. "A primeira peça jurídica teve a assinatura de 53 membros da Igreja. Depois de minha defesa pública, 19 deles retiraram sua assinatura e fizeram um documento reconhecendo que a denúncia era caluniosa e eivada de mentiras. Agora, 25 pessoas assinaram o pedido de meu afastamento e tenho certeza de que muitas delas não concordam com o que está colocado ali", disse o pastor.

Dentre os pontos que levaram à concessão da liminar consta que a Convenção Batista é instância superior, à qual o pastor teria desobedecido. "A Convenção é apenas uma união de igrejas em cooperação. Todas as igrejas batistas têm em seu estatuto que são autônomas, locais e que sua instância máxima é a assembleia dos membros, não havendo instância superior", enfatizou Usiel Carneiro.

Por fim, o pastor listou dez princípios da Igreja Batista da Praia do Canto, dentre eles, a decisão de que todos os membros - "inclusive este pastor" - são livres para ter sua posição política, "mas a igreja não dá espaço para essas manifestações em seu púlpito".

A coluna apurou que o pano de fundo do conflito na IBPC é político. O pastor Usiel tem posições mais à esquerda, enquanto o grupo que lhe faz oposição é mais conservador.

A Igreja Batista da Praia do Canto tem 50 anos e cerca de 400 membros.

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