A Secretaria Municipal de Meio Ambiente está estudando uma proposta de decreto que permitirá o ingresso e a permanência de animais de estimação nos parques urbanos de Vitória. Atualmente, a entrada de cães só é permitida nos parques onde há os espaços "Pracão", que são exclusivos para os pets, que podem circular sem coleiras nos seguintes locais: Atlântica Parque, em Jardim Camburi, e Parque Municipal Pianista Manolo Cabral (Chácara Paraíso), no Barro Vermelho.
Se a proposta for aprovada, os cães poderão ingressar também nos parques urbanos da Pedra da Cebola, no Parque de Barreiros, no Horto de Maruípe, no Parque Padre Alfonso Pastore, no Parque Moscoso, no Parque Barão de Monjardim, no Centro de Esportes e Lazer de Eucalipto, no Parque Mangue Seco e no Parque Cultural Reserva Vitória.
Atualmente, em nenhum parque natural da Capital, como o da Fonte Grande, é permitida a entrada de cães. A proposta é que a liberação aconteça apenas nos parques urbanos.
Segundo a PMV, a medida, caso implementada, contará com ações de monitoramento pela Semmam, por meio da Educação Ambiental, com abordagem da guarda responsável e do setor de Bem-Estar Animal da prefeitura para monitoramento do comportamento dos cães, de forma a cumprir a legislação vigente, que inclui recolhimento de dejetos e andar com o cães com coleira e guia.
A proposta de decreto prevê uso de coleira ou peitoral com guia de condução em todos os animais, adequada à tipologia racial de cada animal; a apresentação de carteira de sanitária do animal atualizada, assinada por médico veterinário devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina Veterinária, para garantir a segurança aos frequentadores dos parques; e fixação de plaqueta de identificação junto à coleira, com o nome do animal e o telefone do seu responsável.
Além disso, os cães das raças Pit bull, Mastim napolitano, Rottweiler, American stafforshire, Dobermann, Bull Terrier, Pastor alemão, Fila, Boxer, seus mestiços e outros de porte físico e força semelhantes, segundo classificação da Federação Cinológica Internacional (FCI), devem ser, obrigatoriamente, conduzidos por pessoa maior de 18 anos.
Além disso, os animais deverão ter guia de condução de comprimento máximo de dois metros, focinheira e colar de grampo adequados à tipologia racial de cada animal.
PROTETOR PREOCUPADO COM O DESTINO DOS GATOS NO PARQUE PEDRA DA CEBOLA
Em um vídeo no YouTube, um protetor afirma que os cerca de 100 gatos que vivem no Parque Pedra da Cebola estarão com sua sobrevivência ameaçada caso a Prefeitura de Vitória permita que cães passem a ingressar no espaço de lazer.
Fernando Furtado de Melo, o responsável pelo vídeo postado no YouTube, diz que desde 1997, quando o parque foi criado, não é permitida a entrada de cães no local, que além de gatos, tem gansos, patos, galinhas, gambás, pavões e outros pequenos animais.
“Os gatos, que não são de rua, serão condenados e não conseguirei alimentá-los”, afirma Melo. “Eles fugirão ou serão mortos”, acrescentou o protetor, que garantiu que os felinos são castrados, saudáveis e acompanhados por voluntários da causa animal.
PREFEITURA DIZ QUE GATOS CONTINUARÃO NO PARQUE E NÃO HAVERÁ EXTERMÍNIO
A Secretaria de Meio Ambiente de Vitória (Semmam), entretanto, diz que jamais cogitou exterminar os gatos do Parque Pedra da Cebola. Segundo o secretário Tarcísio Föeger, o que existe, por enquanto, é um estudo técnico que vai embasar a decisão que será tomada sobre o ingresso de cães neste e em outro espaços livres.
“O extermínio iria contra todas as políticas públicas adotadas pela Prefeitura de Vitória. Os gatos, que vão continuar no Parque Pedra da Cebola, são assistidos por voluntários em parceria com a administração municipal, e isso vai continuar”, afirma o secretário.
Segundo ele, os estudos devem apontar as medidas que serão adotadas em cada parque urbano da Capital em relação à entrada de cães. “É possível, por exemplo, que na Pedra da Cebola a gente crie um Pracão, um espaço exclusivo para esses animais, visando a proteger os demais que vivem no parque, como as aves e os próprios gatos.”
Föeger acrescenta que o ideal é que a colônia de gatos não cresça mais nesse parque. Segundo ele, o Parque Pedra da Cebola abriga atualmente cerca de 200 felinos, e não 100, como contabilizou o protetor. “Teremos um debate rico pela frente”, conclui o secretário.
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