Após seis mandatos de deputada federal, Rose de Freitas (MDB) elegeu-se ao Senado pelo Espírito Santo em 2014. E agora quer ser reconduzida ao cargo. Se conseguir, vai ter mais oito anos de trabalho em Brasília pela frente.
E ela tem 73 anos de idade. Pode-se supor que, em dado momento, a parlamentar licencie-se do mandato, como fez em 2019, para cuidar da saúde, ou justamente agora, quando saiu do plenário para se dedicar à pré-campanha eleitoral.
Quem fica no lugar dela, nessas ocasiões, é o primeiro suplente, hoje o empresário Luiz Pastore, que é de São Paulo e foi também suplente do ex-senador Gerson Camata.
A pessoa que emplacar no lugar de suplente, se a senadora for reeleita, certamente vai exercer por algum tempo o cargo.
E, enquanto não é chamado para tal, pode ficar confortavelmente exercendo outra função. Mas suplente não recebe salário só por ser suplente. Isso só ocorre quando é convocado. Ele pode ser do mesmo partido do senador, ou senadora, como é o caso de Pastore, ou de um partido aliado.
O ex-prefeito de Cariacica Juninho já disse à coluna que gostaria de ser suplente de Rose. Nesta sexta-feira (15), afirmou que ainda não tratou do assunto com a amiga.
Questionada pela coluna, a parlamentar disse que ainda está definindo quem vai ocupar o posto. Lembrada que Juninho quer a vaga, e vendo-o bem à sua frente na hora da entrevista, Rose saiu pela tangente:
"Ele (quer) e vários outros. Isso me honra muito, Juninho é um dínamo na política", complementou.
Pastore, o atual suplente, agora senador em exercício, é um outsider na política capixaba, não tem raízes por aqui, mas conta com prestígio no MDB.
A convite do ex-presidente Michel Temer, por exemplo, integrou a comitiva enviada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Líbano, em 2020, para ajudar o país após a explosão no porto de Beirute.
Não é incomum que suplentes sejam doadores de campanha, ainda mais agora que empresas são proibidas de fazer doações, o que está liberado para pessoas físicas.
São dois suplentes para cada candidato ao Senado. E os nomes deles aparecem nas urnas no dia da eleição.
Mas, para um suplente ter chance o candidato, ou candidata ao Senado, precisa ganhar votos, obviamente.
Os principais concorrentes de Rose são o ex-senador Magno Malta (PL) e o ex-prefeito de Colatina Sérgio Meneguelli (Republicanos).
De acordo com a última pesquisa Ipec, divulgada no início de maio, os três aparecem embolados na dianteira.
CLIMÃO
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) esteve em Vitória nesta sexta em evento de pré-campanha. Ela disputa a Presidência da República. Tebet veio ao estado a convite de Rose.
Com os discursos já em andamento, surgiram no cerimonial Oásis o ex-deputado federal Lelo Coimbra e a ex-deputada estadual Luzia Toledo.
Lelo permaneceu no MDB, apesar dos entreveros com Rose. Ele discorda do apoio do partido ao governador Renato Casagrande (PSB) e, mesmo integrando os quadros emedebistas, defende a eleição do ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon (PSD) para o Palácio Anchieta.
Tebet, desavisada, chamou Lelo para aparecer em uma foto com ela e Rose. O ex-deputado até demorou para atender ao chamado, mas posou para a fotografia. Ele não vai disputar as eleições deste ano.
O .. o...
Quando os ex-deputados chegaram, apenas Luzia Toledo foi cumprimentada por Rose ao microfone. Luzia saiu do MDB, está no Republicanos e é pré-candidata a deputada estadual.
Questionada sobre quem apoia na disputa ao Senado, Luzia avaliou que a candidatura de Rose é forte, mas se disse uma pessoa partidária, logo, está ao lado do pré-candidato do Republicanos à cadeira de senador. Só teve dificuldades para lembrar o nome do ex-prefeito de Colatina Sérgio Meneguelli.
Já quanto ao governo do estado, também ressaltou que o partido dela tem pré-candidato, o presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso.
MUDANÇA DE HÁBITO
O ex-prefeito de Muqui Frei Paulão, que é filiado ao PSB, também compareceu ao evento. Mas disse que não é um apoiador de Simone Tebet. "Claro que não", ressaltou. Foi lá para prestigiar Rose, explicou. E acabou prestigiado também, integrou a mesa do evento.
O PSB pede votos para o ex-presidente Lula (PT) na corrida pelo Palácio do Planalto.
FAMÍLIA NA POLÍTICA
Rose, por mais de uma vez ao discursar, ressaltou que não ascendeu na política por ter familiares poderosos e tampouco tem filho que enveredou pela mesma carreira.
A pré-candidata do MDB à Presidência da República é filha do ex-senador Ramez Tebet. "Mas Simone teve um grande pai", emendou a senadora do Espírito Santo, em tom elogioso.
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