Como a coluna mostrou, o PSDB reivindica ocupar a vaga de vice ou o de candidato ao Senado na chapa que vier a apoiar na disputa pelo governo do Espírito Santo. O partido tende a ficar ao lado do governador Renato Casagrande (PSB), onde a briga por esses espaços já é grande. O presidente estadual do Podemos, Gilson Daniel, por exemplo, aponta que a legenda, aliada de primeira hora do socialista, faz questão de disputar a vaga de senador, com o ex-secretário de Segurança Pública Alexandre Ramalho.
"O Podemos vai apoiar Casagrande de qualquer forma, mas quem é aliado tem que participar da chapa e do governo", afirmou. Ramalho integrou a equipe do governador, assim como Gilson Daniel, ex-secretário de Governo e de Planejamento.
Inicialmente o coronel Ramalho, também ex-comandante-geral da Polícia Militar, figurava como um dos integrantes da chapa do Podemos para eleger deputados federais. Há quem duvide que, com a saída dele, se concorrer ao Senado, o partido possa eleger alguém para a Câmara. O presidente estadual garante que sim.
"Sou contador, não erro conta. Sempre acertei (a quantidade de votos que os candidatos teriam), desde que fui eleito vereador (em 2004). O Podemos vai eleger dois deputados federais", cravou. O próprio Gilson Daniel é um dos pré-candidatos do partido para o posto.
A montagem de chapas do Podemos, principalmente a que tem como objetivo eleger deputados federais, passou por turbulências no fim do prazo de filiações. O médico Gustavo Peixoto, então recém-filiado ao partido, pulou do barco e foi para o União Brasil, acompanhando o ex-juiz Sergio Moro.
"Ele (Peixoto) foi muito correto e justo com a gente e manteve a palavra dele, afinal, ele veio para o Podemos também por causa do Sergio Moro. Se permanecesse com a gente, teria grande chance de se eleger", comentou o presidente estadual do Podemos.
"Dificuldade todos os partidos tiveram para montar chapa. Teve partido que teve vários candidatos fortes, mas tem dificuldade para encontrar candidataas ou tem um nome forte mas não tem o restante, tem que colocar dois nomes só para completar a chapa. Eu organizei o Podemos desde a eleição passada, não foi na véspera de disputar a eleição", contemporizou Gilson Daniel.
O Podemos tem um senador, Marcos do Val, um deputado estadual, Marcelo Santos, e quatro prefeitos, sendo dois na Grande Vitória (Vila Velha e Viana), além de cinco vice-prefeitos e 45 vereadores.
Daí a ter mais um senador são outros quinhentos. O posto de candidato do Palácio Anchieta ao cargo é disputado também pela senadora Rose de Freitas (MDB), que vai tentar a reeleição, e pelo PP, que quer emplacar o deputado federal Da Vitória. Além disso, o Avante, outro aliado, quer emplacar Nelson Júnior.
Ramalho comandou a PM em 2018, no governo Paulo Hartung, adversário de Casagrande, e também foi cortejado, no fim do prazo de filiações, no início deste mês, por partidos de oposição. Recebeu convites do Republicanos, do presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso, e do União Brasil, do deputado federal Felipe Rigoni. Como resposta aos dois afirmou que permaneceria no Podemos porque lá tem a garantia de disputar uma cadeira de senador.
Gilson Daniel confirma tal garantia. Nesta terça-feira (26), ao falar com a coluna, ele estava em Brasília na Marcha dos Prefeitos e aproveitaria para conversar com a direção nacional do Podemos em favor de Ramalho.
Sergio Moro seria candidato à Presidência da República pelo Podemos, mas debandou e foi para o União Brasil, onde, diga-se de passagem, não tem espaço para concorrer. A mudança pegou Gilson Daniel de surpresa. E ele integrava a equipe que elaborava o plano de governo do ex-juiz. "Eu soube pela imprensa. Mandei mensagem para ele e ele confirmou, dias depois", contou.
Vão-se os anéis, ficam os dedos. Com a saída de Moro sobrou mais dinheiro do fundo eleitoral para a campanha de outros candidatos do Podemos, como os que querem vagas na Câmara dos Deputdos e no Senado. Aí que vem a tratativa com a direção nacional para viabilizar Ramalho.
Gilson Daniel acredita que ele é competitiivo, no quesito intenção de votos. Só falta combinar com o governador.
IRMÃO DE PREFEITO CASSADO PERDE CARGO
André Peçanha Lopes, irmão do prefeito cassado de Itapemirim, Thiago Peçanha Lopes, não é mais assessor externo do deputado estadual Luciano Machado (PSB). A exoneração dele foi publicada no Diário do Legislativo desta terça-feira.
André estava no posto de técnico júnior de representação de gabinete parlamentar desde janeiro de 2021, quando o irmão ainda era prefeito. O salário para o cargo é de R$ 4.699,57, além de R$ 1.473,27 de auxílio-alimentação. Um assessor externo não precisa bater ponto nem dar satisfação oficial sobre o que faz.
Luciano Machado diz que a exoneração não tem relação com a cassação: "É uma autonomia minha. Eu já tinha avisado a ele (André) em fevereiro que eu ia precisar fazer isso".
PROMOTOR GANHA HOMENAGEM
O promotor de Justiça Rafael Calhau Bastos, da 13ª Promotoria de Justiça Cível de Vitória, vai ser homenageado pela Assembleia Legislativa com a Comenda do Mérito Legislativo Agesandro da Costa Pereira, "destinada a homenagear advogados, juristas, magistrados e notáveis pela advocacia pública, que tenham se destacado no cenário jurídico e por seus feitos notórios".
Sobre a mesa do promotor chegam casos espinhosos, como uma ação de improbidade contra o deputado estadual Sergio Majeski (PSDB), proposta por Bastos. Na esfera penal, o Tribunal de Justiça já descartou a acusação de uso de um assessor para cunho pessoal ao ajuizar ações.
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