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As armas de Jack Rocha na disputa pelo comando do PT-ES

Deputada federal está à frente da sigla no estado há cinco anos e cinco meses e disputa mais um mandato. O adversário dela é o deputado estadual João Coser

Vitória
Publicado em 30/05/2025 às 17h18
Atualizado em 02/06/2025 às 12h43
Deputada federal Jack Rocha
A deputada federal Jack Rocha no escritório que mantém no Centro de Vitória. Crédito: Letícia Gonçalves

Presidente estadual do PT, a deputada federal Jack Rocha quer ficar mais quatro anos à frente da sigla. Ela disputa o comando do partido contra a chapa liderada pelo deputado estadual João Coser e aposta, por exemplo, na força de lideranças sindicais para permanecer na cadeira.

Os petistas vão às urnas no dia 6 de julho e, a partir de sábado (31), começam os debates.

Em entrevista à coluna nesta sexta-feira (30), Jack Rocha minimizou as críticas em relação ao fato de estar à frente da sigla há seis anos. Inclusive, corrigiu esse número, que havia sido mencionado por Coser em entrevista à coluna, em abril. 

"Na verdade, são cinco anos. A eleição (para o comando estadual do PT) foi em dezembro de 2019, assumi praticamente dentro da pandemia (de Covid-19). Então, são praticamente cinco anos", observou Jack.

Para sermos mais exatos, são cinco anos e cinco meses. 

Se reeleita, a atual presidente ficaria no cargo por mais quatro anos.

Jack Rocha

Deputada federal e presidente do PT-ES

"Falar de ocupação de espaço, de que eu estou há muito tempo, isso vindo de uma liderança como o Coser, que eu respeito muito, é talvez um pouco incoerente, não é?"

"Tenho mais de duas décadas de filiação ao PT e é a primeira vez que uma mulher negra assume a presidência do partido. Ele (Coser) também já foi presidente, assim como outras pessoas que compõem a chapa. No momento em que o PT precisou, eu nunca deixei de contribuir e vou seguir contribuindo", complementou a atual presidente estadual da sigla.

Coser, por sua vez, conta com o apoio de outros mandatários, como o deputado federal Helder Salomão e o senador Fabiano Contarato e, principalmente, da deputada estadual Iriny Lopes, que é vice na chapa. Iriny e Coser já presidiram o PT estadual no passado, em momentos diferentes e, agora, costuraram um acordo. 

Se a chapa liderada pelo parlamentar for vitoriosa, ele vai exercer dois anos de mandato à frente da sigla e Iriny, os outros dois.

Jack Rocha também tem seus aliados, como o secretário estadual de Esportes, José Carlos Nunes, e outros nomes:

"Tenho o ex-presidente do PT estadual Genivaldo (Lievori), lideranças dos movimentos sociais, da CUT e dos sindicatos, de assentamentos, mas tenho também uma série de dirigentes que seguram o rojão comigo, construindo a direção municipal e a estadual do PT".

"Em 2020, a gente inicia com 24 mil filiados (no Espírito Santo), mais ou menos, e hoje a gente passa dos 40 mil filiados. Então eu tenho trabalho para mostrar", cravou Jack Rocha.

Dados do Tribunal Superior Eleitoral, de abril de 2025, mostram que o PT tem 32.628 filiados no Espírito Santo, fica atrás apenas do MDB, com 36.112.

Jack integra a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), a mais forte, numericamente, no partido, mas a chapa de Coser e Iriny conseguiu unir várias das chamadas tendências internas da sigla.

Uma das principais críticas dos adversários da atual presidente estadual refere-se ao desempenho do PT nas eleições de 2024. 

O partido lançou 18 candidatos a prefeito no Espírito Santo no ano passado e não elegeu nenhum. Além disso, ao contrário do que houve em 2020, não chegou nem ao segundo turno em Vitória e Cariacica. 

Agora, boa parte dos mandatários do PT no estado apoia o grupo de Coser e Iriny na disputa contra a chapa de Jack Rocha. 

"Foi justamente a nossa forma de conduzir o partido que permitiu que a gente tivesse esses mandatários e mandatárias. Uma das marcas foi nunca sufocar a voz, nem que fosse uma voz crítica à nossa gestão, muito ao contrário. Mas o PT não é feito só de mandatários", observou a presidente estadual da sigla.

"O PT também é formado por dirigentes e lideranças sociais da base. Queremos ter mandato, assim como eu tenho hoje. Pode parecer uma contradição, mas sei quais são as marcas históricas que a gente está rompendo e o que a gente está construindo. Então, não é fácil. Nós não somos um partido fisiológico, nós não somos um partido apenas de quadros políticos."

"Os apoios dos mandatários são importantes, mas considero fundamental o apoio da direção, dos diretórios, da base, de quem constrói o dia a dia do partido", completou Jack Rocha.

Entre as medidas que pretendem ser adotadas por Jack Rocha, caso seja reconduzida no comando estadual do PT-ES, é fazer uma atualização do programa partidário. 

Jack Rocha

Deputada federal e presidente do PT-ES

"Uma atualização do nosso programa é importante, é ouvir o que a cidade quer dizer"

Se reeleita, ela vai estar à frente do partido durante as eleições de 2026. 

A coluna questionou a presidente estadual do PT, portanto, quais são os objetivos a serem postos em prática, de olho no resultado das urnas do ano que vem.

"Defendo o protagonismo do PT, sou defensora da candidatura própria (ao governo do Espírito Santo), mas também defendo que a gente olhe para o cenário nacional", pontuou Jack Rocha.

Ela também vai ser candidata no ano que vem, à reeleição. 

São cenas dos próximos capítulos, não apenas em 2026, mas na próxima coluna.

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