A senadora Rose de Freitas (MDB) foi a única que registrou crescimento acima da margem de erro na pesquisa Ipec divulgada nesta quinta-feira (22) entre os candidatos ao Senado. Passou de 27% para 31%, em relação ao levantamento anterior, publicado no último dia 2. Ela segue, no entanto, empatada tecnicamente em primeiro lugar com o ex-senador Magno Malta (PL), que manteve 27% das intenções estimuladas de voto.
Quando se olha a pesquisa espontânea, em que os nomes dos candidatos não são informados aos entrevistados, Magno e Rose seguem lado a lado, cada um com 14%.
Antes, ele tinha 8% e ela, 6%. Ou seja, na curva de crescimento, foi a emedebista que evoluiu mais, subiu 8 pontos.
Boas notícias para Rose. Mas, mesmo a menos de dez dias das eleições, o pleito pode guardar surpresas.
O número de indecisos, na espontânea, diminuiu. Eram 75%. Agora são 57%, um percentual ainda relevante.
O presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), pode dizer que dobrou de tamanho na espontânea, mas foi de 2% para 4%, dentro da margem de erro, que é de três pontos percentuais.
Nas intenções de voto estimuladas, quando os nomes dos candidatos são previamente informados aos eleitores, Erick oscilou de 5% para 8%, também dentro da margem, mas sempre para cima.
O candidato do Republicanos se descolou de Carone (Agir), que antes tinha 4%, encostado em Erick, e agora tem 2%.
Os dois empatam tecnicamente apenas no extremo da margem de erro, se Erick tiver três pontos a menos e Carone, três a mais. Coronel Lugato (DC) também tem 2% e, assim, fica na mesma situação de Carone em relação ao presidente da Assembleia.
VOTO ÚTIL
O Ipec não mediu a rejeição dos candidatos, ou seja, não foi feita a pergunta "em quem você não votaria de jeito nenhum".
Mas é comum que os candidatos mais conhecidos, ainda que liderem as intenções de voto, sejam também os mais rechaçados.
Rose pode ser beneficiada pelo voto útil daqueles que a escolhem para impedir a volta de Magno, que foi derrotado em 2018.
A senadora não usa abertamente essa estratégia, mas, no Instagram, compartilhou a manifestação de uma apoiadora que diz "foco em não eleger o outro lá...".
Ela conta ainda com um exército de prefeitos e com o governador Renato Casagrande (PSB), a quem exibe constantemente na campanha.
Já Erick aposta no discurso da renovação: "Figurinha repetida não completa álbum", postou o republicano, numa indireta tanto para Rose quanto para Magno, dois veteranos.
Os principais cabos eleitorais de Erick são o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, e o deputado federal Amaro Neto, seus colegas de partido.
Magno Malta, com menos tempo no horário eleitoral, já que formou parceria apenas com o PTB, segue dando ênfase às redes sociais, em que é popular até fora do Espírito Santo. O discurso dele é basicamente o apregoado no seio do bolsonarismo.
Ele explora bastante a imagem do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), de quem é aliado.
CAMPANHAS MILIONÁRIAS
Magno tem R$ 2,2 milhões para fazer campanha. Desse valor, dois milhões foram repassados pela direção nacional do PL que, em contrapartida, destinou apenas R$ 100 mil ao candidato do partido ao Palácio Anchieta, o ex-deputado federal Carlos Manato.
Isso denota qual é a prioridade e quem o partido vê com chances reais de vitória.
Rose de Freitas arrecadou R$ 3,7 milhões, quase tudo veio da direção nacional do MDB.
Já Erick Musso conta com R$ 3,4 milhões, sendo R$ 1,8 milhão enviado pelo União Brasil, partido que faz parte da coligação do deputado estadual.
O Republicanos repassou R$ 1,5 milhão.
Isso mostra que os partidos apostam em uma guinada de Erick na reta final. Ele é o único com tempo suficiente no horário eleitoral para ao menos se fazer notar, além de Rose e Magno.
Este vídeo pode te interessar
LEIA MAIS COLUNAS DE LETÍCIA GONÇALVES
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.