A eleição para a Prefeitura da Serra deve ser decidida em segundo turno em 2024. De acordo com pesquisa Ipec divulgada no último dia 2, o ex-prefeito Audifax Barcelos (PP) tem 39% das intenções de voto e o deputado estadual Pablo Muribeca (Republicanos), 28%. Neste cenário, os dois passariam à segunda etapa do pleito.
Weverson Meireles (PDT) corre por fora, com apoio do atual prefeito, Sérgio Vidigal (PDT), e tem 14%. Ele busca se cacifar para o segundo turno e, para isso, tem que superar Muribeca.
Caso o candidato pedetista não consiga, Audifax afirmou, nesta segunda-feira (9), que poderia pedir apoio a Vidigal para vencer o pleito.
"Considero que sou o candidato mais experiente, que conhece de verdade a cidade e é o mais preparado. Então é natural que as pessoas possam nos apoiar em determinado momento. Creio que é isso que vai acontecer com os atores políticos da Serra e de fora da Serra também", afirmou o ex-prefeito à coluna, logo após a sabatina realizada por A Gazeta e CBN Vitória.
"Não tenho dificuldade de pedir apoio a ninguém, não tenho dificuldade de pedir voto a ninguém. Se tiver que conversar, converso", acrescentou.
"O atual prefeito me conhece, conhece meus pontos de vista, meus princípios e os resultados para a cidade."
Audifax e Vidigal já foram aliados, mas, desde 2008, são arquirrivais. Os dois são os únicos prefeitos que comandaram a Serra nos últimos 27 anos.
Em 2024, o atual prefeito é unha e carne com Weverson e, na campanha, alfineta o ex-chefe do Executivo municipal.
Vidigal diz, por exemplo, que "a alternância de poder na Serra já dura 28 anos, foi importante para a cidade, trouxe muitos avanços, mas chega uma hora que tem que renovar".
O prefeito está no quarto mandato e decidiu não tentar a reeleição este ano. Audifax administrou a Serra por 12 anos (três mandatos).
O pedetista agora quer "integrar a sabedoria da experiência com a inovação da juventude", e prega que Weverson é a representação disso.
"Ficar agarrado à mesma função por tanto tempo não é amor pela cidade", provocou Vidigal, em vídeo publicado no Instagram no dia 27 de agosto.
O grupo político do prefeito, além de Audifax, porém, tem outro adversário a ser considerado: Muribeca.
O deputado estadual ganhou visibilidade e engajamento nas redes sociais ao fazer ataques virulentos à atual gestão municipal.
Logo, seria improvável que o prefeito apoiasse Muribeca contra Audifax. Mas se Vidigal ficasse ao lado de Audifax, seria uma guinada e tanto, dado o histórico dos dois.
Por enquanto, obviamente, não cabe a Vidigal falar de nenhuma dessas possibilidades. Ele aposta todas as fichas e esforços em Weverson Meireles.
"VOU LIGAR PARA O GOVERNADOR NO DIA 7"
Outra questão envolvendo apoio e interação entre lideranças políticas diz respeito à relação entre Audifax e o governador Renato Casagrande (PSB).
Em 2022, o agora candidato a prefeito disputou o Palácio Anchieta e fez duras críticas a Casagrande. O governador apoia Weverson na eleição serrana.
Se eleito, como Audifax iria se relacionar com o chefe do Executivo municipal? A cidade ficaria isolada politicamente?
Foi o que o colunista Leonel Ximenes perguntou ao ex-prefeito na sabatina. O candidato do PP respondeu que, com certeza, não.
"Se Deus quiser, (o governador) vai ser uma das primeiras pessoas que eu vou pegar o telefone, vou ligar e me colocar à disposição, garanto isso (...) a primeira coisa que eu vou fazer vai ser exatamente isso, ligando para o governador no dia sete (de outubro), na segunda-feira".
O primeiro turno das eleições vai ocorrer no próximo dia seis, um domingo.
"No dia sete, de forma muito simples, de forma muito humilde, vou buscar a ajuda do governador para que a gente possa, juntos, tocar a maior cidade desse estado", acrescentou Audifax.
LEIA MAIS COLUNAS DE LETÍCIA GONÇALVES
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.