Este é um espaço para falar de Política: notícias, opiniões, bastidores, principalmente do que ocorre no Espírito Santo. A colunista ingressou na Rede Gazeta em 2006, atuou na Rádio CBN Vitória/Gazeta Online e migrou para a editoria de Política de A Gazeta em 2012, em que trabalhou como repórter e editora-adjunta

Camila Valadão e a divisão dos votos da esquerda em Vitória

João Coser (PT) também disputa a prefeitura, mas deputada do PSOL avalia que quanto mais candidatos, maior a chance de 2° turno. Veja a análise da coluna e ainda: o que a parlamentar diz sobre a aprovação do auxílio-alimentação para deputados

Vitória
Publicado em 05/09/2024 às 13h53

A deputada estadual Camila Valadão (PSOL) tem 7% das intenções de voto para a Prefeitura de Vitória, de acordo com pesquisa Quaest realizada a pedido da TV Gazeta e divulgada no último dia 28. A esquerda tem mais um representante na disputa, o também deputado estadual João Coser (PT), que aparece em segundo lugar, com 17%.

Mas, para Camila, dividir os votos do eleitorado simpático a esse espectro ideológico não é uma estratégia ruim. "Há várias candidaturas e, na nossa análise, todas elas contribuem para a gente ter um segundo turno em Vitória", afirmou a candidata do PSOL, nesta quinta-feira (5), em sabatina realizada por A Gazeta e CBN Vitória (veja a entrevista, na íntegra, no vídeo acima).

De acordo com o cenário mostrado pela Quaest, há chances reais de o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) ser reeleito no primeiro turno, já que ele alcança 51% das intenções de voto. 

Os adversários têm 30 dias, portanto, para ao menos fazer com que a corrida tenha uma segunda etapa.

"Faço questão de registrar publicamente o meu total respeito ao João Coser, que é meu colega na Assembleia Legislativa (...)  a gente tem vários acordos do ponto de vista político e programático, mas nós, do PSOL, temos autoridade política para lançar uma candidatura. Fui a deputada mais votada, entre estadual e federal, na cidade de Vitória (em 2022)", cravou Camila.

Se ela não for eleita em 2024, continua no mandato na Assembleia até 31 de janeiro de 2027. O mesmo ocorre se Coser não vencer o pleito municipal.

Ao participar da eleição de 2024, Camila fortalece o próprio nome no cenário político, até estadual, dada a vitrine que é a prefeitura da Capital. E ainda garante a participação feminina, já que é a única mulher na disputa.

Ela tem chances de superar o veterano Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) nas urnas. Está tecnicamente empatada com ele na pesquisa Quaest. O tucano tem 8% das intenções de voto. 

A probabilidade de Camila Valadão ser eleita prefeita é outra história, pelo que indicam as pesquisas.

A afirmação dela a respeito de que quanto mais candidatos mais chances de haver segundo turno, porém, pode proceder. 

Aliás, o Palácio Anchieta trabalha, nos bastidores, para fortalecer palanques dos adversários de Pazolini justamente para garantir que a eleição chegue à segunda etapa. 

Os aliados do governador Renato Casagrande (PSB) não atuam, claro, em prol do deputado oposicionista Capitão Assumção (PL), mas até torcem para ele tirar votos do atual prefeito. 

Camila é mais uma voz para tentar minar Pazolini. 

"Não dá para o prefeito fazer pirraça e não querer debater com o governo do estado o fluxo de trânsito da nossa cidade ou a política de mobilidade", disparou a deputada, na sabatina.

A referência é, justamente, ao fato de Pazolini não ser aliado do governador e manter uma relação até institucionalmente distante da administração estadual. 

O prefeito já negou, várias vezes, que a falta de proximidade política com Casagrande prejudique a população, mas é acusado pelos adversários de ter isolado a cidade.

E O AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO?

Na sabatina, perguntei a Camila sobre o auxílio-alimentação de R$ 1,8 mil aprovado pelos deputados estaduais no ano passado, benefício concedido aos próprios parlamentares.

A aprovação foi unânime, ou seja, os três deputados estaduais que são candidatos a prefeito de Vitória, Coser, Assumção e Camila, votaram a favor do penduricalho.

A parlamentar do PSOL, ao contrário dos outros dois, contudo, não recebe a verba extra, pois não solicitou o pagamento.

Na época da votação, ela alegou que não votou contra por desconhecer o teor de uma emenda que deu vida ao auxílio. 

Essa emenda foi proposta pelo deputado Tyago Hoffmann (PSB), oralmente, em cima da hora e sem muita explicação, dentro de um projeto que não tinha nada a ver com auxílio-alimentação. 

Eu quis saber, entretanto, como a deputada votou a favor de um texto cujo inteiro teor ela desconhecia e se um equívoco como esse, de endossar algo sem saber do que se trata, pode ocorrer se ela for eleita prefeita de Vitória.

"Eu não tive malícia, porque é ilógico pensar que, no projeto da criação da comissão do bem-estar animal, alguém vai enfiar um tíquete (alimentação) para deputado (...) mas, agora, estou vacinada, peço para os deputados lerem a emenda por inteiro, para que a gente tenha acesso ao texto completo", respondeu a candidata do PSOL.

"Pode ter certeza que isso não vai se repetir, da nossa parte", acrescentou.

A Gazeta integra o

Saiba mais

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.

A Gazeta deseja enviar alertas sobre as principais notícias do Espirito Santo.