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Casagrande deve atuar na eleição de Vitória? Luiz Paulo diz que não

Em sabatina realizada por A Gazeta e Rádio CBN Vitória, tucano defendeu que governador não deve usar o poder que tem para intervir em eleições municipais. Há alguns problemas nesta declaração. Confira na coluna

Vitória
Publicado em 04/09/2024 às 13h37

O governador Renato Casagrande (PSB) não está, diretamente, no palanque de nenhum candidato a prefeito de Vitória, mas está, protocolarmente, ao lado de dois deles: João Coser (PT) e Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB). O PSB, partido do chefe do Executivo estadual, aliás, integra a coligação do tucano.

O Palácio Anchieta atua, nos bastidores, para fortalecer adversários do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) e, assim, fazer com que a eleição seja decidida em segundo turno.

O governador, pessoalmente, entretanto, na prática, não participa do pleito, o que poderia ocorrer na segunda etapa da eleição. 

Só que o próprio Luiz Paulo, em entrevista concedida a A Gazeta e à Rádio CBN Vitória nesta quarta-feira (4), defendeu que o governador fique exatamente como está, ou seja, nem lá nem cá:  

"Não acho certo o governador usar o poder que tem, que é ser é o de liderar o estado como um todo, para intervir em eleições municipais diretamente. Eu acho que ele está certo".

"Estou muito satisfeito com o posicionamento do governador Renato Casagrande. Se eu tivesse no lugar dele, faria a mesma coisa", opinou Luiz Paulo.

Veja a sabatina, na íntegra, no vídeo no início deste texto.

Mas há dois problemas óbvios aí: se o tucano avalia que seria errado Casagrande subir em algum palanque, não vai poder aceitar o endosso público do governador, se um dia o socialista estiver disposto a fazer isso. 

E outra coisa: Luiz Paulo, por tabela, assinala que o aliado não está fazendo o "certo" em outras cidades em que, explicitamente, apoia candidatos a prefeito.

Em Cariacica, por exemplo, Casagrande defende a reeleição de Euclério Sampaio (MDB). No último dia 26, o governador participou do lançamento da campanha do emedebista, em evento realizado em Jardim América.

Além da parceria CasaClério, há a CasaDinho, pois Casagrande também apoia abertamente a reeleição do prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos).

Em Vitória, o governador tem o potencial de ser um bom cabo eleitoral. A Quaest mostra que a administração estadual é avaliada positivamente por 61% dos eleitores da Capital e 24% dos entrevistados afirmaram que votariam em um candidato apoiado pelo socialista mesmo sem conhecer tal candidato.

E João Coser, como fica nesta história?

O PSB foi levado para o lado de Luiz Paulo, principalmente, devido à atuação do deputado estadual Tyago Hoffmann (PSB), que chegou a lançar-se pré-candidato a prefeito da Capital e, depois de desistir, garantiu que ficaria com um nome que se consolidasse no grupo do qual o tucano fazia parte.

E esse nome foi o do candidato do PSDB.

Além do PSB, outras siglas casagrandistas estão na coligação de Luiz Paulo, como o MDB e o União Brasil.

Coser tem apenas a federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) e o PDT, outra legenda governista.

O petista é, hoje, mais competitivo que o outro ex-prefeito na corrida pela Prefeitura de Vitória.

João Coser tem 17% das intenções de voto e o tucano, 8%. 

O Palácio até tentou levar o Podemos para o palanque do petista, mas não teve jeito. 

A coluna apurou que, nos bastidores, Coser não está tão satisfeito quanto Luiz Paulo com o posicionamento, ou a falta de posicionamento, do governador em Vitória.

E não é que Casagrande se afaste do PT a todo custo, pragmaticamente. Até porque o Partido dos Trabalhadores integra o governo estadual e, nesta quarta-feira, o governador reuniu-se com o presidente Lula, maior liderança da sigla no país.

Foi uma reunião institucional, mas que contou também com fotos posadas e sorridentes entre os dois aliados.  

Renato Casagrande (PSB) visitou o presidente Lula (PT) nesta quarta-feira (4)
Renato Casagrande visitou o presidente Lula (PT) nesta quarta-feira (4). Crédito: Ricardo Stuckert

Ao apoiar a reeleição de Arnaldinho e de Euclério, por exemplo, o governador corre bem menos risco de se "contaminar" com a eventual derrota de um aliado.

Os prefeitos de Vila Velha e Cariacica lideram as intenções de voto nos respectivos municípios e devem ser reeleitos em primeiro turno.

Mas Casagrande afirmou à coluna que pretende entrar em campo em prol da eleição de um candidato com chance menor de vitória, Weverson Meireles (PDT), na Serra.

Pupilo de Sérgio Vidigal (PDT), Weverson está em terceiro lugar na disputa pela prefeitura, de acordo com pesquisa Ipec realizada a pedido da Rede Gazeta e, hoje, está fora do segundo turno, embora não esteja fora do jogo.

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