Ao lado de aliados, como o prefeito de Barra de São Francisco, Enivaldo dos Anjos (PSD), e o deputado estadual eleito Mazinho dos Anjos (PSDB), o governador Renato Casagrande (PSB) caminhou, em campanha, pela cidade do Noroeste do Espírito Santo nesta quarta-feira (26). Faltam quatro dias para o segundo turno. Ele disputa a reeleição contra o ex-deputado federal Carlos Manato (PL).
Em dado momento da caminhada, uma mulher diz a Casagrande que vai votar nele e em Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição à Presidência da República. Bolsonaro, entretanto, apoia Manato. O governador declarou voto no ex-presidente Lula (PT).
O socialista não se engajou na campanha do petista e tem dito que, seja qual for a opção do eleitor para o Palácio do Planalto, deve votar 40, número de urna de Casagrande, para governador.
Neste episódio em Barra de São Francisco, especificamente, um vídeo mostra que ele aponta para alguém e diz: “O primeiro voto é 40 e ela vai votar no 22 no segundo voto. É 40 e 22. Então, você escolhe o seu presidente que você achar melhor, mas você vota no 40, que é o melhor governador para esse estado”.
No primeiro turno, Bolsonaro recebeu 52,3% dos votos no Espírito Santo. Lula ficou com 40,40%.
Ciente de que, ironicamente, precisa dos votos dos bolsonaristas para vencer um bolsonarista, Casagrande soltou a mão do ex-presidente, a qual nunca chegou a apertar com firmeza.
Apesar de ter parecido bem confortável ao afirmar "é 40 e 22" ao exemplificar o voto da eleitora, não se pode dizer que o governador pediu votos para Bolsonaro.
Ele apenas incentiva que os apoiadores do presidente da República não votem automaticamente em Manato. Devido a isso, o socialista fica impedido de fazer críticas ao governo federal, para não melindrar o público alvo.
Centra fogo em Manato, a quem chama de "despreparado" e "retrocesso", apesar de o candidato do PL local representar várias das características de Bolsonaro. É uma sinuca de bico.
Manato, por sua vez, no segundo turno se apresenta como "o governador do Bolsonaro". A campanha prega, basicamente, o contrário do argumento do governador: "é 22 lá e 22 cá".
Em resumo, a ideia é que ter um governador alinhado ao chefe do Executivo federal vai trazer um saldo positivo para o estado. Isso, claro, se Bolsonaro for reeleito. Em contrapartida, Casagrande se apresenta como "o único capaz de dialogar com quem quer que seja o presidente (Lula ou Bolsonaro)".
Para Manato, a estratégia do adversário é "desespero".
Em Barra de São Francisco, no primeiro turno, Bolsonaro teve 50,53% dos votos. Lula, 44,62%. Na cidade, Casagrande recebeu 55,89%, contra 39,47% de Manato.
Aliados do governador, como o deputados federais eleitos Gilson Daniel e Victor Linhalis, ambos do Podemos, já declararam que vão votar CasaNaro, ou BolsoGrande.
O mesmo vale para a vice-prefeita de Vitória, Capitã Estéfane (Patriota). Ao contrário do prefeito da Capital, Lorenzo Pazolini (Republicanos), que é um opositor do socialista, a capitã apoia o atual governador e tem participado da campanha dele. A militar também está com Bolsonaro.
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