O governador Renato Casagrande (PSB) contou com o apoio da maioria dos prefeitos das cidades do Espírito Santo. E venceu, no segundo turno, na maioria delas – 61, entre 78. O eleitorado concentra-se, principalmente, na Grande Vitória. Na região, o socialista contou com o reforço de Arnaldinho Borgo (Podemos), de Vila Velha; Euclério Sampaio (União Brasil), de Cariacica; e Sérgio Vidigal (PDT), da Serra.
Aliados também pediram votos para o socialista em Viana, comandada por Wanderson Bueno (Podemos) e Guarapari, com Edson Magalhães (PSDB). O governador venceu em todos esses municípios, com exceção de Guarapari.
O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), entretanto, faz oposição a Casagrande. O republicano não se posicionou sobre a corrida ao Palácio Anchieta. Nem no primeiro nem no segundo turno.
Outros nomes do partido do prefeito, como o presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso, subiram no palanque de Manato (PL).
E foi justamente na Capital que Casagrande teve a vitória mais elástica, entre as cidades da Grande Vitória: 58,8% contra 41,2%. São 17,6 pontos percentuais de diferença.
Em Vila Velha, em que Arnaldinho teve participação ativa na campanha do governador, por exemplo, a vitória veio com 3,8 pontos de diferença. Claro que não se pode creditar o resultado apertado ao prefeito. É uma soma de fatores.
Mas, voltando à Capital, quem declarou apoio a Casagrande no segundo turno foi a vice-prefeita, Capitã Estéfane (Patriota). E ela apareceu bem ao lado do governador no momento da comemoração.
A capitã da reserva da Polícia Militar há tempos está distante politicamente de Pazolini.
Se o prefeito se juntasse a Manato, como a coluna analisou, poderia se deparar com um palanque apertado.
Em caso de vitória do candidato do PL, o grupo dele poderia vir forte na disputa pela Prefeitura de Vitória em 2024, com o deputado estadual Capitão Assumção ou o deputado federal eleito Gival da Federal. Aliás, esses nomes seguem no páreo.
A reeleição de Casagrande, de qualquer forma, não é boa notícia para o prefeito, que chegou a acusar o governo estadual, sem citar nomes, de fraude em licitação, com certo atraso e em pleno ano eleitoral. A denúncia ficou mal explicada. Foi feita em maio e, de lá pra cá, esmoreceu.
UM ACERTO DE PAZOLINI
Antes da votação no segundo turno, um aliado de Pazolini disse à coluna que, na avaliação do prefeito, a lógica do pleito estadual seria igual à aplicada na disputa municipal de 2020.
Os eleitores não iriam transpor para o plano local o posicionamento nacional. Ou seja, não é apenas por ser bolsonarista que alguém seria eleito.
Esse seria o motivo, de acordo com esse aliado, para o prefeito não apostar publicamente as fichas em Manato, apesar de não ser entusiasta de Casagrande.
Isso e a questão da eleição de 2024, que resultaria em um palanque manatista congestionado, como já observado aqui.
Pazolini acertou em relação ao voto Manato-Bolsonaro não ser automático. A estratégia CasaNaro, ou BolsoGrande, foi vitoriosa em 61 cidades.
DERROTAS NAS CIDADES NATAIS
Assim como no primeiro turno, o governador perdeu em Castelo, sua cidade natal. Mas o placar foi apertado: 50,06% para Manato e 49,4% para o socialista.
O candidato do PL perdeu em Alegre, onde nasceu. Isso também ocorreu no primeiro turno. Desta vez o resultado foi o seguinte: 55% a 45%.
A CIDADE MAIS CASAGRANDISTA E A MAIS MANATISTA
O município em que Casagrande obteve mais vantagem foi Ponto Belo, no extremo Norte, com 77,67% dos votos. Já a cidade mais manatista foi Itapemirim. Lá, ele foi a escolha de 63,14%.
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