O último debate entre os candidatos ao governo do Espírito Santo antes do segundo turno, realizado pela TV Gazeta e transmitido, ao vivo, por A Gazeta e CBN Vitória, durou duas horas. Antes de o embate ir ao ar, na noite desta quinta-feira (27), a movimentação já havia começado em frente à Rede Gazeta.
Diferentemente do debate realizado no primeiro turno, entretanto, apenas apoiadores de um dos candidatos se concentraram na rua Carlos Fernando Lindenberg Filho. Trios elétricos e carros de som de Manato (PL) executaram em alto volume o jingle dele, inspirado no do presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com a assessoria de Renato Casagrande (PSB), desta vez a campanha decidiu concentrar os aliados no comitê do socialista, para evitar eventuais confrontos com o time do adversário.
Em um dos trios de Manato estava o vereador de Vitória Armandinho Fontoura (Podemos), que vai assumir o comando do Legislativo municipal a partir do ano que vem. "A galera chega tarde, fica cochilando ... foi namorar perdeu o lugar", afirmou o parlamentar à coluna.
O TIME DE CASAGRANDE
O candidato do PSB, que tenta a reeleição, não chegou sozinho. Com ele, estavam a primeira-dama, Virgínia Casagrande; o vice na chapa, Ricardo Ferraço (PSDB); a superintendente estadual de Comunicação, Flávia Mignoni (que está de férias); o marqueteiro Diego Brandy; o secretário estadual de Governo, Álvaro Duboc, e o jornalista Vitor Carvalho, que atua na campanha.
O TIME DE MANATO
Manato, por sua vez, levou o senador eleito Magno Malta (PL), o ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon (PSD); o ex-prefeito da Serra Audifax Barcelos (sem partido), o empresário Aridelmo Teixeira (Novo) e o deputado federal não reeleito Neucimar Fraga (PP). A consultora da campanha do candidato do PL, Giselle Barbosa.
CONSELHEIROS
Na hora do debate, apenas um aliado de cada candidato poderia ficar dentro do estúdio. Casagrande escolheu Vitor Carvalho. No primeiro turno, quem estava lá era Diego Brandy.
Manato antes contava com o marqueteiro Fernando Carreiro, que deixou a equipe. Nesta quinta, Neucimar Fraga foi escalado para dar as dicas. O deputado, no primeiro turno, estava ao lado de Casagrande. No segundo, mudou de lado.
Nos intervalos do debate, Manato e Casagrande recebiam orientações de seus respectivos conselheiros.
É PARA BATER?
Em uma das ocasiões, a coluna captou um conselho de Neucimar ao candidato do PL. Ele socou uma das mãos, num gesto de "bater". No sentido figurado, é claro.
Não posso afirmar se ele dizia para Manato adotar o tom agressivo ou se o alertava sobre o que o adversário poderia fazer.
"MEU DEUS"
Manato começou o debate aumentando o nível do bolsonarismo, uma das marcas de sua campanha. De cara, questionou Casagrande sobre o médico que realizou um aborto legal em uma menina de dez anos que havia sido estuprada. O crime ocorreu em São Mateus, em 2020.
O aborto ocorreu em Pernambuco, após decisão judicial. O aborto é permitido no Brasil em algumas circunstâncias, o estupro é uma delas. Manato tentou pregar no governador a pecha de "abortista".
Em outro momento, o candidato do PL afirmou, sem provas, que "a pandemia (de Covid-19) foi uma farsa".
Nessas ocasiões, Vitor Carvalho, que auxiliava Casagrande nos intervalos, mas, durante o debate, não podia interferir, falava bem baixinho, para si mesmo: "Meu Deus" ou "Que horror".
CIVILIDADE
Ao contrário do debate do primeiro turno, em que os adversários, inclusive Manato, não cumprimentaram Casagrande ao final do confronto, o candidato do PL apertou a mão do socialista antes de sair do estúdio.
Guerino, Audifax e Aridelmo foram falar com Manato lá, após o fim da transmissão. Apenas Aridelmo cumprimentou Casagrande.
TÊTE-A-TÊTE
Magno Malta, por sua vez, conversou calmamente com Flávia Mignoni, aliada de Casagrande, em um dos corredores da Rede Gazeta. O assunto, não sei dizer.
Mas o senador eleito, que está com ferimentos no rosto, contou mais de uma vez a interlocutores como se machucou.
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