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Com prazos batendo à porta, veja o que falta definir na corrida eleitoral no ES

Tem candidato ao governo sem vice na chapa e incógnitas sobre apoios partidários

Vitória
Publicado em 02/08/2022 às 02h10
Novo modelo de urna eletrônica, a ser utilizado em 2022
Novo modelo de urna eletrônica, a ser utilizado em 2022. Crédito: Abdias Pinheiro/TSE

Faltando poucos dias para o fim dos prazos de realização de convenções partidárias (5 de agosto) e de registro de candidaturas (15 de agosto), algumas indefinições ainda pairam no cenário eleitoral do Espírito Santo.

Três candidatos ao Palácio Anchieta seguem sem vice na chapa e dois titubeiam quanto à corrida ao Senado. É de praxe deixar para a última hora algumas amarrações, à espera de acordos até então improváveis.

O fim das coligações para a eleição de deputados estaduais e federais reduziu um pouco a incerteza do quadro, já que não é preciso formar "pernas", coligações para apenas esses cargos dentro das alianças maiores, e tentar conciliar diversos interesses paroquiais.

Cada partido teve que se virar para encontrar candidatos a serem lançados ao parlamento, apesar de postulantes ao governo terem ajudado os aliados, até como forma de mantê-los por perto.

TRIO DE VETERANOS

Renato Casagrande (PSB), atual chefe do Executivo estadual que concorre à reeleição, reuniu uma ampla aliança, exibida no palanque da convenção estadual do partido, no domingo (31).

É um trio de veteranos. Eles se mostraram entrosados na convenção, um apoiando e pedindo votos para os outros.

Casagrande apostou em prometer "inovação", apesar de estar em busca do terceiro mandato; Rose apelou contra "o retrocesso no Senado Federal" e "o atraso político".

Ultimamente, ela tem mandado indiretas para o ex-senador Magno Malta (PL), seu principal adversário, mas sustenta não ter se referido a ele.

Ricardo, por sua vez, fez um discurso protocolar e elogiou a emedebista que, segundo ele, "tem um mandato que não se limita ao jogo de palavras".

A indefinição aqui é quanto à suplência de Rose. Cada candidato ao Senado tem que ter dois suplentes. Ela não revelou nenhum, mas disse que já se decidiu.

FALTA O VICE

Assim como Ricardo, Magno perdeu a cadeira no Senado na eleição de 2018. Agora, o cantor gospel quer retomar o cargo. Presidente estadual do PL, partido de Jair Bolsonaro, ele conta com o apoio do comandante do Palácio do Planalto para chegar lá.

O ex-senador integra a chapa do ex-deputado federal Carlos Manato (PL), candidato ao governo do estado, também com apoio de Bolsonaro.

Falta definir quem vai ser o vice de Manato. Por enquanto, apenas o PTB integra a aliança com o PL.

As convenções dos dois partidos foram realizadas no sábado (30). A do PL foi protagonizada por Magno. Manato teve sua vez de discursar, mas passou boa parte do tempo ouvindo o ex-senador falar e cantar.

Também houve bastante tempo dedicado a exaltar Bolsonaro e a entoar mantras da extrema direita, como "nossa bandeira não será vermelha".

SEM VICE E NA EXPECTATIVA DE APOIO

O grito de guerra bolsonarista também fez parte do discurso do ex-prefeito de Linhares, Guerino Zanon, confirmado, no domingo, como candidato ao Palácio Anchieta pelo PSD. Ele tem ao seu lado também os partidos DC e Brasil 35 (antigo PMB).

E conta com dissidentes de outras legendas, como o ex-deputado federal Lelo Coimbra (MDB). O MDB, como mencionado acima, está com Casagrande.

Representantes do Republicanos, incluindo o secretário-geral do partido, Devanir Ferreira, compareceram à convenção do PSD.

O presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), afirmou, na quinta-feira (28), que a legenda não apoiaria ninguém ao governo.

No domingo, no entanto, o presidente estadual do partido, Roberto Carneiro, disse que isso pode mudar.

REVIRAVOLTA E CLIMÃO

Erick deixou a corrida pelo Palácio Anchieta e foi confirmado como postulante a senador no domingo.

A questão é saber se o Republicanos vai ficar neutro mesmo na eleição para o governo do estado ou apoiar alguém oficialmente. Os filiados estão livres, por enquanto, para decidir quem endossar.

VICE E SENADO EM INCÓGNITA

A convenção conjunta da Rede e do Psol, no sábado, não contou com participantes da cúpula dos psolistas que, federados com a Rede, não vão pedir votos para o ex-prefeito da Serra Audifax Barcelos (Rede) por falta de afinidade ideológica.

Ainda não se sabe quem vai ser o vice na chapa.

Gilbertinho Campos, do Psol, foi confirmado ao Senado, mas Audifax disse que ele é "o nome da federação", mas ainda vai surgir "um nome da coligação", formada também pelo Solidariedade.

O ex-prefeito tenta atrair o Avante, que tem Nelson Junior para o Senado, e o Agir, que pretende lançar Idalécio Carone ao posto. Os dois estiveram na convenção, mas o ex-prefeito diz que o martelo somente vai ser batido até 15 de agosto.

Aliás, o Pros, com quem Audifax chegou a anunciar uma aliança, depois desmentida pelo partido, fez convenção no domingo, em uma sala contígua à que era realizada a do PSB e, apesar de afagos públicos a Casagrande e a Ricardo, decidiu não coligar, ainda, oficialmente com os socialistas.

PURO-SANGUE

O ex-secretário da Fazenda da Prefeitura de Vitória Aridelmo Teixeira (Novo) vai de chapa puro-sangue. Ele anunciou a vice ainda em junho. Trata-se da comunicóloga Camila Domingues, do mesmo partido.

Os dois foram homologados em convenção no sábado. O Novo não vai lançar candidato ao Senado e nem coligar com ninguém para o governo.

No extremo oposto ideológico, o PSTU também vai de chapa puro-sangue.

Para o Senado, o partido lançou Felipe Skiter.

E RAMALHO?

O mercado político aposta que o coronel Alexandre Ramalho não vai ser lançado ao Senado pelo Podemos. Aliado de Casagrande, o partido somente poderia fazer isso se fosse de forma avulsa, sozinho, já que a coligação do socialista vai apoiar Rose de Freitas.

Por enquanto, no entanto, a legenda não deu uma resposta definitiva sobre o destino do ex-secretário de Segurança Pública.

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