O coronel Alexandre Ramalho (Podemos) está oficialmente fora da corrida pelo Senado. A assessoria do militar da reserva da PM confirmou à coluna, no início da noite desta quarta-feira (3), que uma conversa entre o presidente estadual do partido, Gilson Daniel, e o até então pré-candidato a senador selou o destino do coronel.
"O ex-secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Espírito Santo informa que recebeu, na tarde desta quarta-feira (03), a negativa do presidente do Podemos. Gilson Daniel informou que por diversos motivos o partido não terá candidatura na disputa ao Senado Federal", diz nota divulgada.
"Ramalho destacou que as composições e arranjos políticos não atendem aos anseios da sociedade, beneficiando somente a manutenção e perpetuação do poder. Destaca ainda que o Espírito Santo perde a oportunidade de discutir, com propriedade, um dos temas mais preocupantes da atualidade, que é a segurança pública", registra ainda o texto.
Gilson Daniel não atendeu às tentativas de contato da coluna, assim como Ramalho. Não está claro se o militar vai concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados, alternativa oferecida pelo Podemos.
OS MOTIVOS
O presidente estadual do Podemos explicitou à coluna, na última sexta-feira (29), as dificuldades para lançar a candidatura do ex-secretário de Segurança Pública:
O Podemos teria que fazer isso sozinho e não se coligar com o PSB e demais partidos aliados ao governador Renato Casagrande, uma vez que a senadora Rose de Freitas (MDB) é a candidata do bloco à reeleição.
Assim, os candidatos a deputado estadual e federal do Podemos não poderiam fazer material de campanha contendo a foto do governador, por exemplo. O próprio Gilson, candidato à Câmara, ficaria vedado de fazer isso, mesmo sendo aliado de primeira hora e também ex-secretário do socialista.
Outra questão é o dinheiro. Uma campanha para o Senado é cara. E, avulsamente, teria um tempo ínfimo de propaganda na TV.
A convenção do partido, na sexta, delegou à Executiva estadual a decisão sobre as candidaturas majoritárias, ou seja, a homologação da coligação com o PSB de Casagrande e o lançamento ou não de Ramalho ao Senado.
Com a decisão anunciada pela assessoria do coronel, o Podemos vai agora coligar oficialmente com o bloco casagrandista, composto, por enquanto, por dez partidos.
DEPUTADO FEDERAL
Gilson Daniel já disse à coluna que, mesmo sem Ramalho na chapa de candidatos a deputado federal, o Podemos espera eleger dois nomes à Câmara, o que outros partidos, inclusive entre os aliados do governador, duvidam.
"Com o Ramalho, facilita muito. Mas, sem ele, a gente pode chegar a dois deputados federais", avaliou.
Questionado pela coluna, também na sexta, sobre essa possibilidade, Ramalho preferiu não responder se aceitaria a proposta, mas também não descartou a ideia: "Hoje o meu foco é o Senado, mas abro o diálogo com o partido no momento em que o presidente entender, que a Executiva entender".
EM CARTA, PODEMOS DIZ QUE PRIORIDADE É ELEIÇÃO DE DEPUTADOS
Em uma "carta à população", a Executiva estadual do Podemos diz que a prioridade do partido, alinhavada com a direção nacional, é "a eleição de deputados federais em todos os estados brasileiros". Assim, a legenda decidiu coligar com Casagrande e não se lançar na empreitada pelo Senado.
O coordenador nacional do Podemos, Roberto Siqueira, marcou presença na convenção estadual do partido, na sexta, e disse que a direção nacional respeitaria qualquer decisão local sobre Ramalho e a coligação.
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