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Coronel Ramalho está fora da disputa pelo Senado no ES

Executiva estadual do Podemos decidiu não lançar candidatura avulsa e coligar com o PSB do governador Renato Casagrande. O bloco já endossou o nome da senadora Rose de Freitas (MDB)

Vitória
Publicado em 03/08/2022 às 18h22
Atualizado em 03/08/2022 às 19h53
Coronel Alexandre Ramalho, ao centro, filia-se ao  Podemos
Coronel Alexandre Ramalho, ao centro, em abril, no dia da filiação ao Podemos. Crédito: Divulgação

O coronel Alexandre Ramalho (Podemos) está oficialmente fora da corrida pelo Senado. A assessoria do militar da reserva da PM confirmou à coluna, no início da noite desta quarta-feira (3), que uma conversa entre o presidente estadual do partido, Gilson Daniel, e o até então pré-candidato a senador selou o destino do coronel.

"O ex-secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Espírito Santo informa que recebeu, na tarde desta quarta-feira (03), a negativa do presidente do Podemos. Gilson Daniel informou que por diversos motivos o partido não terá candidatura na disputa ao Senado Federal", diz nota divulgada. 

"Ramalho destacou que as composições e arranjos políticos não atendem aos anseios da sociedade, beneficiando somente a manutenção e perpetuação do poder. Destaca ainda que o Espírito Santo perde a oportunidade de discutir, com propriedade, um dos temas mais preocupantes da atualidade, que é a segurança pública", registra ainda o texto.

Gilson Daniel não atendeu às tentativas de contato da coluna, assim como Ramalho. Não está claro se o militar vai concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados, alternativa oferecida pelo Podemos.

OS MOTIVOS

O presidente estadual do Podemos explicitou à coluna, na última sexta-feira (29), as dificuldades para lançar a candidatura do ex-secretário de Segurança Pública:

O Podemos teria que fazer isso sozinho e não se coligar com o PSB e demais partidos aliados ao governador Renato Casagrande, uma vez que a senadora Rose de Freitas (MDB) é a candidata do bloco à reeleição.

Assim, os candidatos a deputado estadual e federal do Podemos não poderiam fazer material de campanha contendo a foto do governador, por exemplo. O próprio Gilson, candidato à Câmara, ficaria vedado de fazer isso, mesmo sendo aliado de primeira hora e também ex-secretário do socialista.

Outra questão é o dinheiro. Uma campanha para o Senado é cara. E, avulsamente, teria um tempo ínfimo de propaganda na TV.

A convenção do partido, na sexta, delegou à Executiva estadual a decisão sobre as candidaturas majoritárias, ou seja, a homologação da coligação com o PSB de Casagrande e o lançamento ou não de Ramalho ao Senado. 

Com a decisão anunciada pela assessoria do coronel, o Podemos vai agora coligar oficialmente com o bloco casagrandista, composto, por enquanto, por dez partidos. 

DEPUTADO FEDERAL

Gilson Daniel já disse à coluna que, mesmo sem Ramalho na chapa de candidatos a deputado federal, o Podemos espera eleger dois nomes à Câmara, o que outros partidos, inclusive entre os aliados do governador, duvidam. 

"Com o Ramalho, facilita muito. Mas, sem ele, a gente pode chegar a dois deputados federais", avaliou.

Questionado pela coluna, também na sexta, sobre essa possibilidade, Ramalho preferiu não responder se aceitaria a proposta, mas também não descartou a ideia: "Hoje o meu foco é o Senado, mas abro o diálogo com o partido no momento em que o presidente entender, que a Executiva entender".

EM CARTA, PODEMOS DIZ QUE PRIORIDADE É ELEIÇÃO DE DEPUTADOS

Em uma "carta à população", a Executiva estadual do Podemos diz que a prioridade do partido, alinhavada com a direção nacional, é "a eleição de deputados federais em todos os estados brasileiros". Assim, a legenda decidiu coligar com Casagrande e não se lançar na empreitada pelo Senado.

O coordenador nacional do Podemos, Roberto Siqueira, marcou presença na convenção estadual do partido, na sexta, e disse que a direção nacional respeitaria qualquer decisão local sobre Ramalho e a coligação.

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