O deputado estadual João Coser (PT) foi confirmado, neste sábado (3), candidato a prefeito de Vitória em convenção partidária. A vice na chapa não foi anunciada, mas o petista adiantou que vai ser uma mulher. E a coluna apurou um dos possíveis nomes.
Ao discursar, Coser, ex-prefeito da cidade, disparou uma metralhadora giratória verbal contra o atual chefe do Executivo municipal, Lorenzo Pazolini (Republicanos), o que revelou parte da estratégia de campanha.
É natural que adversários critiquem quem está no poder e o deputado estadual está disposto a seguir a regra. Pazolini é candidato à reeleição.
Pouco antes de o ex-prefeito falar à plateia da convenção, composta majoritariamente por militantes do PT, do PCdoB, do PV e do PDT, foi exibido, no telão, um vídeo do senador Jaques Wagner (PT-BA). O senador aconselhou o correligionário a "esquecer o adversário" e falar somente de propostas.
"Jaques Wagner pediu para a gente não falar mal e falar só o que vamos fazer. Eu não vou falar mal do prefeito, vou falar de coisas que ele fez que prejudicaram a população", avisou Coser.
"O prefeito, no primeiro dia, como primeiro ato, mandou um projeto para a Câmara Municipal para descontar 14% dos idosos aposentados. Não tem humanidade, não tem coração", afirmou o deputado, logo em seguida.
Usou o mesmo tom durante cerca de 20 minutos. Afirmou, mais de uma vez, que Vitória está "isolada" e alfinetou:
"A Prefeitura de Vitória fala que tem muito dinheiro. Como não tem competência para fazer grandes projetos, eles começaram a fazer duas coisas: asfalto na cidade inteira e depois anunciar projetos PowerPoint".
"Asfalto é bom, mas não muda a vida de ninguém (...) Ele ficou dois anos e meio sem fazer nada, depois anunciou coisas que não fez. É achar que o povo é bobo."
E aqui cito apenas alguns trechos do discurso.
Coser ainda criticou Pazolini por ter tomado o microfone das mãos da vice-prefeita, Capitã Estéfane (Podemos), para impedi-la de discursar, episódio que ocorreu em novembro de 2022.
Assim, além de cutucar o prefeito, ele ainda acenou, metaforicamente, para a própria Estéfane.
A vice-prefeita desistiu de disputar a Prefeitura de Vitória em 2024, vai tentar uma vaga na Câmara Municipal e ainda não decidiu quem apoiar na corrida pelo comando do Executivo municipal.
O Podemos, partido dela, já afirmou que não vai coligar com nenhum candidato a prefeito na Capital, mas os postulantes a vagas de vereador estão liberados para se posicionar.
Coser também falou de propostas, prometeu, por exemplo "um grande projeto de ocupação e restauração do Centro de Vitória".
Ele pretende "fazer com que a cidade possa ser inserir novamente na articulação política estadual e nacional", "buscar recursos do PAC, do governo presidente Lula, e buscar recursos do governo Casagrande para fazer nas grandes obras".
Ele pediu aos apoiadores que usem as críticas feitas à gestão Pazolini como argumentos para debater com eleitores de Vitória, mas "sem ofensas e xingamentos".
A POSSÍVEL VICE
Em entrevista coletiva concedida antes do início dos discursos, o ex-prefeito afirmou que não há definição sobre o nome da pessoa que vai ocupar a vaga de vice na chapa, mas já está decidido que vai ser uma mulher "mediana de idade, com consciência política, que possa contribuir no debate, do ponto de vista do desenvolvimento social, econômico e ambiental".
A discussão sobre a vice vai ser feita na semana que vem entre os partidos aliados: PT, PV, PCdoB (que formam a federação Brasil da Esperança) e PDT.
A coluna apurou que uma possibilidade é que a vice seja a presidente municipal do PV, Priscila Rodrigues Manso.
"Existem as conversas, mas nada definido, só após as convenções, que terminam na segunda-feira (5)", afirmou Priscila.
Questionada se tem interesse em ocupar a vaga de vice, foi sucinta, mas direta: "Sim".
A convenção foi marcada por gritos de "Volta, João" e contou com a participação da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. A líder petista garantiu que a candidatura de Coser é prioritária para o partido.
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