Como a coluna já mostrou, o ex-presidente Lula (PT) e o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), estão tecnicamente empatados em intenções de voto entre os eleitores do Espírito Santo. Isso vale tanto para a pesquisa estimulada quanto para a espontânea, em que os nomes dos candidatos não são apresentados aos entrevistados.
Foi o que relevou levantamento realizado pelo Ipec a pedido da Rede Gazeta e publicado no último dia 17.
No recorte espontâneo, entretanto, Bolsonaro está mais perto de Lula do que estava na sondagem anterior, em maio.
Outro dado chama a atenção.
O Ipec quis saber em quem os entrevistados votaram no segundo turno das eleições de 2018, que opôs Bolsonaro e o petista Fernando Haddad: 54% optaram pelo hoje presidente da República e 28% pelo petista.
Já quando questionados sobre em quem pretendem votar no primeiro turno das eleições deste ano, na simulação estimulada, o presidente foi apontado por 37%.
Ou seja, pode-se inferir que boa parte dos que votaram nele há quatro anos agora mudaram de posição.
Lula foi mencionado por 42%.
A avaliação negativa do governo Bolsonaro no estado, entretanto, caiu de 47% para 39%. É mais um sinal, junto com a evolução das intenções de voto espontâneas, de recuperação do fôlego do presidente no Espírito Santo.
BOLSOGRANDE
Não custa lembrar minha teoria sobre o voto BolsoGrande, em que um mesmo eleitor vota para reeleger o governador Renato Casagrande (PSB) e também dar mais um mandato a Bolsonaro.
O Ipec não fez esse cruzamento de dados, mas é de se supor que, se Casagrande tem 52% das intenções estimuladas de voto, tem gente optando pelos dois, sim.
APOIO CRUZADO
Um cruzamento detectado nas redes sociais dos candidatos são os apoios de nomes que fazem parte de outros grupos políticos.
Por exemplo:
O candidato a deputado estadual Camargão (PSD) está com o ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon, do mesmo partido, na corrida pelo governo do estado. Para o Senado, a coligação dele não lançou ninguém.
O apresentador de TV (Camargão comandava o Balanço Geral), entretanto, tem feito campanha ao lado do presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos).
Erick entrou na disputa pelo Senado em substituição a Sérgio Meneguelli (Republicanos), que agora é candidato a deputado estadual.
O Republicanos não apoia ninguém, oficialmente, para o Palácio Anchieta. Está coligado com o União Brasil, do deputado federal Felipe Rigoni.
Candidato a deputado federal pelo União, o médico Gustavo Peixoto, entretanto, pede votos para Guerino.
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