Como a coluna mostrou, o PP nacional divulgou nota em que anunciou a proibição de coligações com o PT em todo o país. O partido do Centrão apoia o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). A notícia caiu como uma bomba entre os integrantes do PP no Espírito Santo, que se disseram surpresos. A coligação com o PSB do governador Renato Casagrande, que inclui o PT, já havia sido aprovada em convenção estadual.
A determinação poderia abalar o palanque do socialista, que busca a reeleição. O deputado federal Da Vitória, integrante do PP e aliado de primeira hora de Casagrande, no entanto, informou à coluna, no final da noite desta terça-feira (2), que falou com o presidente nacional licenciado do PP, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.
O ministro, de acordo com ele, garantiu que a decisão nacional em nada interfere na composição com o socialista no Espírito Santo.
A proibição vale somente nos estados em que o PT disputa cargo majoritário, ou seja, o governo do estado ou o Senado.
Por aqui, o cabeça de chapa é Casagrande e, para o Senado, a coligação apoia a reeleição de Rose de Freitas (MDB).
A nota divulgada pelo PP nacional não faz ressalva quanto à extensão da proibição da aliança com os petistas:
"O Diretório Nacional do Progressistas informa que a sigla não irá fazer coligação com o Partido dos Trabalhadores em nenhum Estado brasileiro. O PP oficializou, por meio de convenção nacional, coligação com o PL e apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro".
Além da covenção estadual do PP, a do PSB também homologou a coligação, que inclui dez partidos, entre eles o PT. O presidente estadual dos socialistas, Alberto Gavini, disse que a ata da convenção já foi enviada à Justiça Eleitoral.
O PP está ao lado de Casagrande no estado há anos.
Em março, quando o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (AL), um dos principais nomes do Progressistas, esteve em Vitória, ele confirmou que o partido estaria na coligação do socialista e até pleiteou um lugar na chapa majoritária para um correligionário local.
A vaga de vice ou a de candidato ao Senado. Da Vitória chegou a ser cotado para o posto. Mas foi Rose de Freitas quem se consolidou como o nome apoiado por Casagrande.
A convenção estadual do PP, embora tenha homologado o apoio a Casagrande, deixou em aberto o posicionamento da sigla quanto ao Senado.
PP E ROSE DE FREITAS
A coluna apurou que, na segunda-feira (1ª), Rose conversou com integrantes do Progressistas, o que não havia feito até então, e o partido está inclinado a oficializar o apoio a ela até o dia 15, prazo limite para o registro de candidaturas.
Mas, de acordo com o secretário-geral do partido, no estado, Marcos Delmaestro, integrantes da legenda podem apoiar outros nomes, se assim entenderem.
O próprio Delmaestro esteve na convenção estadual do Republicanos, no domingo (31), quando houve a confirmação da candidatura de Erick Musso ao Senado, mas disse à coluna que vai seguir a orientação do partido. Ou seja, formalizado o apoio a Rose, ele vai de Rose.
Nesta terça-feira à noite, o secretário-geral estadual do PP esteve também na convenção do União Brasil, do deputado federal Felipe Rigoni, candidato à reeleição. O União vai formar uma coligação com o Republicanos, apenas para Senado.
Delmaestro, no entanto, disse que a participação no evento deu-se somente porque é amigo de Rigoni.
O progressista ainda se fez presente no palanque de Casagrande, no domingo. Na ocasião, dividiu espaço com Rose de Freitas, que estava lá em lugar de destaque.
Na segunda-feira, Delmaestro esteve ainda na Prefeitura de Vitória, comandada por Lorenzo Pazolini (Republicanos).
De acordo com ele, a ida à sede do Executivo municipal deu-se apenas para tratar da licença do vereador Anderson Goggi (PP) da Câmara de Vitória. O parlamentar afastou-se das atividades para se dedicar à campanha por uma vaga de deputado estadual.
A visita de Delmaestro, presidente do PP de Vitória, no entanto, gerou rumores no Republicanos, de que uma parceria, ainda que informal, pode estar a caminho.
O PP já tem uma dissidência, que não surpreende ninguém. Evair de Melo, um dos vice-líderes do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, é um crítico da gestão Casagrande.
Ele endossou o nome do ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon (PSD) na eleição para o Palácio Anchieta.
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