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De Assumção a hartunguistas: os apoios de Manato

Candidato do PL agregou aliados no segundo turno que vão além dos bolsonarismo raiz

Vitória
Publicado em 19/10/2022 às 02h10
Guerino Zanon, de camisa rosa, e Aridelmo Teixeira, ao lado dele, segurando a mão de Manato, que está ao centro, em evento de apoio ao candidato do PL ao governo do ES
Guerino Zanon, de camisa rosa, e Aridelmo Teixeira, segurando a mão de Manato, que está ao centro, em evento de apoio ao candidato do PL ao governo do ES. Crédito: Divulgação

Candidato ao Palácio Anchieta, Manato (PL) se apresenta como "o governador do Bolsonaro" na campanha do segundo turno. No palanque dele, realmente, há apenas bolsonaristas. Alguns, entretanto, são mais identificados com o presidente da República, outros, menos.

Entre esses, há aliados do ex-governador Paulo Hartung, que é um crítico de Bolsonaro.

O ex-secretário da Fazenda de Vitória Aridelmo Teixeira (Novo), por exemplo, foi candidato ao governo e teve 0,73% dos votos no dia 2 de outubro. Em seguida, passou para o palanque de Manato.

Aridelmo, como empresário e sem vínculo formal com o governo, atuou no programa Escola Viva no governo Hartung. E quase foi secretário de Educação naquela gestão.

O ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon (PSD), que também ficou pelo caminho no primeiro turno, no segundo está com o candidato do PL. Guerino foi secretário de Esportes de Hartung e é um aliado do ex-governador.

O ex-prefeito da Serra Audifax Barcelos, que disputou o governo pela Rede e ficou em quarto lugar, também está no palanque de Manato.

Em 2021, Audifax afirmou que gostaria que o ex-governador fosse candidato ao Senado na chapa dele. Hartung, entretanto, decidiu não disputar as eleições.

Ex-procurador da República, Henrique Herkenhoff saiu em defesa de Manato na segunda-feira (17).

Apareceu no horário eleitoral e afirmou que o candidato não cometeu crimes quando foi associado à Scuderie Le Cocq, um grupo de extermínio, braço armado do crime organizado nos anos 1990.

Essa tem sido a principal crítica do adversário de Manato, Renato Casagrande (PSB).

Herkenhoff foi secretário de Segurança Pública na primeira gestão do socialista, mas em 2014 esteve ao lado de Hartung.

É mais uma digital do ex-governador. O ex-secretário pontuou, contudo, que não está pedindo votos para quaisquer candidatos.

Um fato emblemático, agora da história recente do Espírito Santo, foi a greve da PM, realizada em 2017, no governo Hartung.

Um dos acusados de participação no motim foi o deputado estadual Capitão Assumção (PL). Na época, ele não tinha mandato, mas já era da reserva da Polícia Militar.

Assumção chegou a ser preso. Foi anistiado administrativamente por Casagrande. Quando chegou à Assembleia Legislativa, ironicamente, passou a ser um dos principais opositores do socialista.

O deputado é aliado de Manato e integra a campanha do candidato do PL.

A exemplo de outros militares, o parlamentar é um crítico de Hartung, como sequela da greve, que impactou a corporação por muito tempo.

O então governador ensejou a investigação e a eventual punição de policiais envolvidos no motim, que resultou até na expulsão de alguns. Tudo revertido pela anistia, em 2019.

Falta a anistia criminal, projeto que tramita no Congresso Nacional sob relatoria do senador Marcos do Val (Podemos).

Com o palanque heterogêneo, formado por fãs e haters de Hartung, Manato se associa ao bolsonarismo raiz – representado também por Magno Malta (PL) e Tenente Assis (PTB) – e apresenta o verniz do equilíbrio fiscal e de quadros que já tiveram experiência em gestão pública.

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