O deputado federal Evair de Melo (PP), da bancada capixaba, quer que a Polícia Federal investigue o acidente doméstico sofrido pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Como se sabe, Lula sofreu uma queda no banheiro no último dia 19 e precisou de atendimento médico. Isso impediu a participação, presencial, do presidente brasileiro na cúpula do Brics, na Rússia.
O Brics é formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Nesta quarta (23), Lula discursou, por vídeo, na cúpula.
Mas Evair está mesmo interessado no que aconteceu no dia 19. Para o parlamentar, o acidente, um tanto banal, é praticamente um mistério.
Ele, assim, redigiu um ofício a ser enviado à PF.
"Houve várias versões. Primeiro, disseram que ele escorregou, depois, que estava cortando as unhas. Não tem fotografia, não tem registro dessa queda", afirmou Evair à coluna, nesta quinta-feira (24).
"Ele diz que só estava ele e a Janja (a primeira-dama)", completou Evair.
Mas, no banheiro de casa, quem mais estaria, não é mesmo?
"Por que ele não saiu numa ambulância? Por que não usou o serviço médico do Planalto?", questionou Evair, que tem muitas dúvidas.
"Ele (Lula) deu uma desculpa para não ir à cúpula do Brics. Tinha pressão para ele ir e pressão para ele não ir", teorizou.
"Dada a competência da Polícia Federal para investigar crimes contra a administração pública e outros assuntos de repercussão nacional, sua atuação é imprescindível para verificar se houve irregularidades nas versões apresentadas sobre o acidente doméstico do Presidente", diz o deputado, em ofício destinado ao diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.
Evair de Melo fez um requerimento formal à presidência da Câmara dos Deputados para que o ofício seja enviado à PF.
Requerimento de Evair de Melo (PP-ES) sobre queda de Lula no banheiro
Veja a íntegra do documento, de 22 de outubro de 2024, que está no site da Câmara dos Deputados.
Isso gerou até algumas piadas nas redes sociais, pelo tom de teoria da conspiração implícito.
Teve gente que lembrou que o senador Magno Malta (PL), integrante da oposição, também caiu no banheiro e se feriu, em 2022, e ninguém tentou mobilizar o aparato estatal para apurar o episódio. Pois, de fato, nem haveria necessidade disso.
"Estão tentando fazer deboche do meu requerimento, mas sou da oposição e onde há fumaça, há fogo", rebateu Evair.
NÃO É ASSIM QUE FUNCIONA
Mesmo que a Polícia Federal, subordinada ao Ministério da Justiça, estivesse disposta a investigar o acidente doméstico envolvendo o presidente da República, não é assim que as coisas funcionam.
Não basta um deputado, ou o presidente da Câmara, enviar um ofício solicitando a apuração. Isso tem que ser autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). É o procedimento padrão e obrigatório adotado em relação a qualquer presidente da República no Brasil.
LEIA MAIS COLUNAS DE LETÍCIA GONÇALVES
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.