Este é um espaço para falar de Política: notícias, opiniões, bastidores, principalmente do que ocorre no Espírito Santo. A colunista ingressou na Rede Gazeta em 2006, atuou na Rádio CBN Vitória/Gazeta Online e migrou para a editoria de Política de A Gazeta em 2012, em que trabalhou como repórter e editora-adjunta

Eleição no ES tem porrada, números torturados e ataques

Candidatos ao Senado e ao governo fazem as últimas jogadas na reta final da campanha

Vitória
Publicado em 24/09/2022 às 02h10
Ex-senador Magno Malta luta boxe no horário eleitoral
Ex-senador Magno Malta luta boxe no horário eleitoral. Crédito: Reprodução

Na reta final da campanha eleitoral no Espírito Santo os candidatos ao Senado e ao Palácio Anchieta fazem seus últimos movimentos e permitem-se ousar. Afinal, o que têm a perder?

O ex-senador Magno Malta (PL) apareceu num ringue e usando luvas na TV em pleno horário eleitoral na noite desta sexta-feira (23). Apresentou-se como alguém que luta "contra as drogas e contra o aborto".

"Aprendi a tomar porrada e continuar lutando", afirmou, antes de dar um soco na câmera, que representava seus interlocutores, os eleitores. 

Enquanto isso, Erick Musso (Republicanos), apelou para a renovação. Sem citar nomes, a palavra, em letras garrafais, é um recado para Magno e Rose de Freitas (MDB), dois políticos veteranos.

Por falar em Rose, ela exibiu os números da pesquisa Ipec divulgada pela Rede Gazeta nesta quinta-feira (22). "Rose em primeiro lugar", com gráficos mostrando Magno com 27% e ela com 31%. 

Esqueceu de mencionar, entretanto, que, considerando a margem de erro da pesquisa, de três pontos para mais ou para menos, os dois estão tecnicamente empatados.

Mas o melhor, ou o pior, estava por vir.

Candidato ao governo do estado, Audifax (Rede) foi apresentado como "o candidato mais preparado para derrotar o (governador) Casagrande no segundo turno".

A pesquisa Ipec mostrou que, se as eleições fossem hoje, Renato Casagrande (PSB) seria reeleito no primeiro turno.

Mas Audifax foi além: comparou o levantamento do Ipec publicado no último dia 2 com uma pesquisa de outro instituto para apontar uma suposta queda de intenções de voto em Casagrande e Manato e a arrancada do redista.

No horário eleitoral, Audifax compara pesquisas feitas por institutos diferentes
No horário eleitoral, Audifax compara pesquisas feitas por institutos diferentes. Crédito: Reprodução

Os institutos têm metodologias diferentes, por isso não se pode comparar. E os eleitores somente foram informados da comparação heterodoxa em letras bem pequenas discretamente posicionadas na tela.

A campanha de Manato também apostou numa segunda etapa de votação: "Só Manato pode chegar ao segundo turno".

O ex-deputado federal fez a peça mais dura contra Casagrande. Expôs na TV, com o uso de reportagens publicadas na imprensa, a prisão do ex-secretário da Fazenda Rogélio Pegoretti e a acusação contra o ex-subsecretário da Agricultura Rodrigo Vaccari.

"No governo do estado o ex-secretário Rogélio Pegoretti foi preso acusado de chefiar quadrilha que sonegou 120 milhões de reais em ICMS", lembrou o narrador da propaganda.

"Já o ex-subsecretário de Agricultura Rodrigo Vaccari é acusado de receber propina para comprar álcool em gel na pandemia", complementou.

O discurso foi contra a corrupção.

Recentemente, em entrevista para a Rádio CBN e para A Gazeta, ele também citou esses casos e os ocorridos nos governos do PT, mas minimizou as suspeitas de corrupção na gestão Jair Bolsonaro (PL) e o fato de o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, ter sido condenado e preso no mensalão.

Prisão de Rogelio Pegoretti
Reportagem de A Gazeta exibida no horário eleitoral de Manato. Crédito: Reprodução

Manato também deu uma torturada nos números. Comparou os 10% de intenções de voto estimuladas que recebeu em uma pesquisa realizada pelo Ipec em agosto com os 21% que alcançou considerando apenas os votos válidos no mais recente levantamento.

É uma comparação que não se pode fazer, já que as intenções estimuladas são votos totais. Os votos válidos excluem brancos, nulos e indecisos. 

Isso sem contar que a pesquisa de agosto teve uma metodologia ligeiramente diferente da de agora, em que foram ouvidas mais pessoas, reduzindo assim a margem de erro.

Comparando a pesquisa publicada no último dia 2 de setembro com a de quinta-feira (22), Manato oscilou de 19% de intenções estimuladas de voto para 18%. Dentro da margem de erro. Ficou estável.

O mesmo ocorreu no recorte pelos votos válidos. Ele tinha 21% em 2 de setembro e os mesmos 21% agora.

O ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon (PSD) apostou no pedido de "vira, vira, vira", para virar votos. Foi apresentado como "a mudança segura" pelo vice na chapa, Marcus Magalhães (PSD).

Casagrande, por sua vez, fingiu que não era com ele. Não criticou nem rebateu os adversários.

Tampouco apresentou o que pretende fazer se reeleito. Dedicou a maior parte do programa, que é o que tem mais espaço no horário eleitoral, para elencar e louvar os feitos do mandato atual, que é basicamente o que ele tem feito durante a campanha.

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

No horário dedicado aos candidatos a deputado estadual, houve uma participação especial. O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), apareceu ao lado do vereador da Capital Denninho (União Brasil), a quem ele apoia.

Denninho e Lorenzo Pazolini no horário eleitoral
Denninho e Lorenzo Pazolini no horário eleitoral. Crédito: Reprodução

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