Bruno Marianelli (Republicanos) assumiu a Prefeitura de Linhares em abril de 2022, após o então prefeito, Guerino Zanon (PSD), renunciar ao cargo para disputar o governo do Espírito Santo. Guerino havia sido reeleito em 2020, com 54,4% dos votos e, desde o início da corrida eleitoral daquele ano, era considerado o favorito.
Marianelli, atual prefeito, tenta a reeleição mas em uma situação bem menos confortável que o antecessor. Apesar de contar com o apoio declarado de Guerino, a transferência de votos não é uma ciência exata.
Em 2020, o então prefeito deixou Lucas Scaramussa (na época, filiado ao DC), para trás. O adversário recebeu 29% dos votos. Agora, como mostra pesquisa Ipec realizada a pedido da Rede Gazeta, o jogo virou.
Scaramussa, eleito deputado estadual em 2022 pelo Podemos, é quem lidera a disputa em 2024, com 45% das intenções de voto. Marianelli está em segundo lugar, com 31%.
Como Linhares tem menos de 200 mil eleitores, não há segundo turno na cidade. Isso quer dizer que, mesmo com menos de 50% dos votos, se as eleições fossem hoje, o deputado estadual seria eleito.
A gestão de Marianelli é avaliada como boa ou ótima por 39% dos entrevistados, mas isso não parece ser suficiente para lhe garantir mais um mandato.
Para 23% dos eleitores, o ideal seria que se "mudasse totalmente" a administração do município e outros 23% gostariam da "total continuidade à administração atual"; 20% querem "poucas mudanças" e 29% que "muita coisa" mudasse.
Via de regra, um candidato à reeleição larga na frente sobre os concorrentes, já que, simplesmente por ocupar o cargo, tem mais visibilidade e tende a usar a máquina municipal a seu favor.
É sintomático quando nem mesmo essas vantagens surtem efeito no humor do eleitorado.
Os candidatos do PL, Maurinho Rossoni, e do PT, Galego, estão em um patamar bem abaixo de Scaramussa e Marianelli. Maurinho tem 8% e Galego, 3% das intenções de voto. Tecnicamente, estão empatados, já que a margem de erro da pesquisa é de 4 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Ter a imagem relacionada ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) ou ao presidente Lula (PT) não ajuda muito: 27% dos entrevistados disseram que o apoio de Bolsonaro a um candidato aumentaria a vontade de votar no tal candidato, mas 24% responderam que isso lhes daria menos vontade de votar no escolhido pelo ex-presidente.
Já para 19%, o apoio de Lula aumentaria a vontade de votar num candidato a prefeito de Linhares, mas 34% se sentiriam menos inclinados a escolher um nome ungido pelo presidente.
O PT, na cidade, ainda enfrentou o problema de ter tentado emplacar o ex-prefeito José Carlos Elias na disputa, mas a filiação dele ao partido foi barrada pela Justiça Eleitoral. Galego o substituiu meio em cima da hora.
Aliás, o petista é o mais rejeitado pelos eleitores de Linhares: 46% disseram que não votariam nele de jeito nenhum. Esse percentual, muito provavelmente, deve-se à rejeição ao Partido dos Trabalhadores e não ao candidato por si só.
Maurinho Rossoni tem a segunda maior rejeição, 25%. Marianelli é rejeitado por 20% e Scaramussa é o que tem a menor rejeição, 11%.
Ficar em último, nesse quesito, é mais uma vantagem para o deputado estadual.
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