A candidatura do deputado estadual João Coser a prefeito de Vitória é prioridade para o Partido dos Trabalhadores no país. E o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, "quer estar na campanha" e "vai apoiar", de acordo com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. Ela participou, neste sábado (3), da convenção que confirmou Coser na corrida pelo comando do Executivo municipal.
Gleisi, entretanto, não garantiu que Lula virá a Vitória para tal. "A gente ainda não sabe se a agenda vai permitir, mas queremos muito que ele venha", afirmou, em entrevista coletiva.
O PT tem candidatos a prefeito em 13 capitais. No Sudeste, apenas duas: em Belo Horizonte (MG), com o deputado federal Rogério Correia, e em Vitória.
Ao discursar para a plateia de apoiadores de Coser, Gleisi calculou que, se o deputado estadual obtiver 40% dos votos em 2024, percentual similar ao recebido por Lula em 2022 na capital do Espírito Santo (41,92%), "vai com certeza para o segundo turno".
Em 2020, Coser, ex-prefeito da capital do Espírito Santo, chegou ao segundo turno, mas foi derrotado por Lorenzo Pazolini (Republicanos). Os dois vão se enfrentar novamente, já que Pazolini é candidato à reeleição.
"A candidatura do João é uma das candidaturas prioritárias para nós, da direção nacional. Nós já governamos Vitória, ela tem um simbolismo muito importante para o PT. Queremos voltar a governar Vitória e achamos que temos todas as condições de fazer isso", avaliou Gleisi Hoffmann.
A avaliação derradeira, entretanto, cabe aos eleitores.
Quanto à possibilidade de nacionalização do pleito municipal, o que levaria a uma discussão sobre o governo Lula, a presidente nacional do PT considerou que "é impossível fugir desse debate".
"O João está no campo democrático, progressista, popular, que é comandado pelo presidente Lula, que é a nossa grande liderança. Obviamente, os programas e projetos do governo Lula têm impacto na vida das pessoas aqui. O João é do time do Lula e vai ter condições de trazer recursos para Vitória através de programas do governo federal."
Questionado se pretende fazer a defesa do governo federal durante a campanha, Coser respondeu: "100%".
"O governo Lula sempre colaborou muito com Vitória. Quando eu fui prefeito, tínhamos articulações. Uma boa parte dos projetos estruturantes aqui foram do PAC, com recursos do governo federal. A cidade, hoje, está isolada. Não se relaciona com o governo do estado e não se relaciona com o governo federal".
E A VENEZUELA?
A presidente nacional do PT mencionou Lula como comandante do "campo democrático" no Brasil. A coluna questionou Gleisi em relação à Venezuela, onde uma patente fraude eleitoral reconduziu Nicolas Maduro à presidência.
A Executiva nacional do Partido dos Trabalhadores, em nota oficial, reconheceu o resultado do pleito como "uma jornada pacífica, democrática e soberana".
Lula, por sua vez, cobrou a apresentação das atas das urnas das eleições venezuelanas, mas avaliou que não houve nada "anormal" ou "grave".
Defender a democracia no Brasil ou em outros países, como os Estados Unidos durante o governo Donald Trump, mas "passar pano" para o que ocorre na Venezuela, no mínimo, não pega bem.
Isso afeta até os candidatos a prefeito do PT, já que o próprio partido dá munição aos adversários. É quase um "internacionalização" gratuita do pleito municipal.
Foi isso que a coluna ponderou, na entrevista deste sábado. Gleisi Hoffmann preferiu não comentar:
Gleisi Hoffmann
Presidente nacional do PT
"O posicionamento está na nota (do PT). Não comento mais sobre esse assunto"
LEIA MAIS COLUNAS DE LETÍCIA GONÇALVES
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.