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Futuro presidente da Câmara de Vitória é alvo de operação contra atos golpistas

O vereador Armandinho Fontoura (Podemos) foi preso preventivamente e levado para o CDP de Viana. A PF apreendeu computadores no gabinete dele

Vitória
Publicado em 15/12/2022 às 09h19
Atualizado em 15/12/2022 às 20h04
Armandinho Fontoura (Podemos) será presidente da Câmara de Vitória no biênio 2023-2024
Armandinho Fontoura (Podemos) será presidente da Câmara de Vitória no biênio 2023-2024. Crédito: Reprodução/YouTube Câmara de Vitória

Além da Assembleia Legislativa, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na Câmara de Vitória na manhã desta quinta-feira (15). O alvo foi o gabinete do vereador Armandinho Fontoura (Podemos) que, a partir de janeiro, vai presidir a Casa.

De acordo com fontes da coluna, foram levados três computadores e alguns documentos. Armandinho não estava no local no momento da chegada dos policiais, por volta das 7h. 

Foi expedido ainda um mandado de prisão preventiva contra o parlamentar que, à tarde, apresentou-se na sede da Superintendência da PF, em Vila Velha. As ordens são do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. 

O vereador apoiou, nas eleições de 2022, o presidente Jair Bolsonaro para a Presidência da República e o ex-deputado federal Carlos Manato, ambos do PL, para o Palácio Anchieta.

O cumprimento dos mandados ocorreu no bojo de uma megaoperação executada pela PF em oito estados e no Distrito Federal por ordem do ministro do STF contra atos antidemocráticos que têm sido capitaneados por bolsonaristas que contestam, sem provas, o resultado do segundo turno das eleições de 2022.

Em nota, a PF informa que "cumpriu 23 mandados de busca e apreensão, 4 mandados de prisão preventiva e outras determinações de medidas diversas (nos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim) determinadas pelo Exmo. Sr. Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, nos autos do Inquérito 4.781/DF, em atendimento à representação da Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Espírito Santo (PGJ/ES)".

"CAUSA ESPANTO"

"Causa espanto o envolvimento do vereador numa operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e relacionada à investigação sobre atos antidemocráticos contra o resultado das eleições. O vereador não frequentou nenhuma manifestação antidemocrática, não incentivou a realização delas, tampouco as patrocinou. A própria imprensa nunca registrou nenhum tipo de ato semelhante", diz nota enviada pelo gabinete de Armandinho.

"O vereador não compreende porque suas opiniões, de cunho conservador e liberal, sejam motivo para uma operação que fere a liberdade de expressão – sobretudo enquanto representante da população no parlamento municipal. Agora, se coloca à disposição da Justiça para esclarecer todos os fatos. Sua defesa técnica vai tomar todas as medidas jurídicas cabíveis", registra o texto.

Já o Podemos disse que, no mês passado, Armandinho pediu para se desligar do partido, o que foi concedido e o processo de desfiliação está em andamento.

CDP DE VIANA

De acordo com a Secretaria Estadual de Justiça, que administra os presídios do Espírito Santo, o vereador foi levado para o Centro de Detenção Provisória de Viana 2.

CAPITÃO ASSUMÇÃO E CARLOS VON COM TORNOZELEIRA

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos gabinetes dos deputados estaduais Capitão Assumção (PL) e Carlos Von (DC). Os dois vão ter que usar tornozeleiras eletrônicas como medida cautelar. Não é prisão.

"As condutas se relacionam a atos contra o STF (Inq 4781) e atuação de milícias digitais (Inq 4874). Foram 23 medidas de busca e apreensão no Espírito Santo envolvendo 12 pessoas, a partir de informações do Ministério Público do Espírito Santo, além de quatro prisões preventivas para manutenção da ordem pública, apreensão de passaportes e decretação de afastamento do sigilo bancário e sigilo telemático", informou o STF em nota publicada no site da Corte.

No Espírito Santo, bolsonaristas chegaram a bloquear estradas. Agora, concentram-se na frente do 38º Batalhão de Infantaria do Exército, na Prainha, em Vila Velha.

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