O agora ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon desfiliou-se do MDB nesta sexta-feira (1), um dia após renunciar ao mandato. Ele é pré-candidato ao governo do Espírito Santo e, em "carta aberta ao MDB e ao povo capixaba", disse lamentar "enormemente a vinculação do partido à tentativa de reeleição do atual governador (Renato Casagrande), uma opção clara pelos mesmos velhos caminhos, com os quais não posso compactuar".
A presidente do MDB estadual, senadora Rose de Freitas, é aliada de Casagrande. Procurada pela coluna na manhã desta sexta, ela disse que ainda não havia recebido a carta e tampouco o pedido de desfiliação de Guerino. "Ele tem projeto de ser candidato, tenho que respeitar", comentou.
A saída de Guerino, no entanto, não pega Rose de surpresa. E a ninguém.
O ex-prefeito está de malas prontas para o PSD, partido no qual já se articulava, nos bastidores, diante da impossibilidade de concorrer ao Palácio Anchieta pelo MDB.
"O Espírito Santo precisa construir uma nova história (...) É essa certeza que levo comigo para o PSD", finaliza Guerino na carta.
É a primeira vez que ele manifesta, publicamente, a intenção de disputar o governo do estado. "Saio do MDB para me juntar a um novo grupo de pessoas que querem um Espírito Santo moderno, com uma gestão eficiente e que valoriza quem quer inovar e crescer", diz o texto.
Não se trata de questão de idade, mas o "novo grupo" ao qual Guerino se junta não é tão novo assim. No comando do PSD está José Carlos da Fonseca Júnior, antigo aliado do ex-governador Paulo Hartung (sem partido), como, aliás, o é o próprio Guerino.
Como a coluna já pontuou por ocasião da saída dele da Prefeitura de Linhares, um dos desafios do agora também ex-emedebista é convencer que, aos 65 anos, sendo 26 deles na vida pública, e com cinco mandatos como prefeito, ele possa representar alguma novidade.
Em tempo: no PSD para o qual Guerino parte está também o ex-vice-governador César Colnago, que se coloca como pré-candidato ao Palácio Anchieta.
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