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Investigação sobre desvio de verba eleitoral no ES conta com relatório do Coaf

Vice-prefeito da Serra, Thiago Carreiro é suspeito de superfaturar despesas da campanha de 2022. Dona de empresa, ex-deputada Lúcia Dornellas também está no alvo

Vitória
Publicado em 08/08/2024 às 16h48
Operação Freeloader, da Polícia Federal, apura crimes eleitorais e de lavagem de dinheiro envolvendo
Operação Freeloader, da Polícia Federal, apura crimes eleitorais e de lavagem de dinheiro. Crédito: Divulgação/PF

A investigação sobre a suspeita de desvio de recursos da campanha eleitoral de 2022, revelada nesta quinta-feira (8), na Operação Freeloader, da Polícia Federal, conta com um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

A Freeloader apura crimes eleitorais e de lavagem de dinheiro envolvendo o vice-prefeito da Serra Thiago Carreiro (União Brasil), que foi candidato a deputado federal em 2022. Uma empresa de marketing eleitoral, a LD Consultoria em Gestão, da ex-deputada estadual e ex-secretária de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Cariacica Lúcia Dornellas, também está no alvo.

A coluna teve acesso à decisão da 26ª Zona Eleitoral da Serra que resultou na expedição de mandados de busca e apreensão.

O texto diz que “a partir das suspeitas de fraude, o COAF foi instado e emitiu o Relatório de Inteligência Financeira no qual se averiguou que a investigada LUCIA”, “possivelmente”, contou com a ajuda de outros investigados para “para ocultar a origem e legalizar os valores desviados”.

Há suspeita de fraude no pagamento de R$ 225 mil para a LD “a pretexto de contratação de serviço de marketing eleitoral”, mas, de acordo com a Polícia Federal, que instaurou um inquérito, o serviço não foi prestado à campanha de Thiago Carreiro.

Eis aí a questão: para onde foi o dinheiro? A PF sustenta que houve superfaturamento de até 1.200% em contratações feitas pela campanha.

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta quinta em endereços ligados a Thiago Carreiro, Lúcia Dornellas e outros investigados.

A PF bateu, inclusive, à porta da Prefeitura da Serra, no gabinete de Carreiro.

O vice é rompido politicamente com o prefeito Sérgio Vidigal (PDT). Os dois já estavam em lados opostos em 2022.

A campanha de Thiago Carreiro a deputado federal recebeu R$ 1,7 milhão do partido dele, o União Brasil, mas o resultado nas urnas foi tímido. Ele recebeu 13 mil votos.

Para se ter uma ideia, o deputado federal eleito com menos votos no Espírito Santo, Messias Donato (Republicanos), foi escolhido por 42,6 mil eleitores.

Carreiro é candidato a vereador da Serra em 2024 pelo União Brasil. A deflagração da operação não o impede de concorrer.

Em nota enviada à coluna nesta quinta, ele se disse vítima de perseguição e afirmou que “a velha política está desesperada”.

O QUE DIZ LÚCIA DORNELLAS

A empresa de marketing de Lúcia Dornellas prestou serviço para a referida campanha eleitoral, com emissão de nota fiscal e todas as formalidades necessárias - à luz da Justiça Eleitoral e da Receita Federal. A profissional possui uma longa trajetória, como deputada, presidente de autarquia, e empresária do ramo de comunicação - colhendo, em todos esses anos, respeito, lisura e bom trato com a coisa pública. Lúcia segue confiante na Justiça e sua assessoria jurídica esclarecerá os fatos em momento oportuno.

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