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Magno Malta convida bolsonarista Daniel Silveira para ser chefe de gabinete

Deputado federal foi condenado pelo STF por fazer apologia à ditadura militar. Silveira ficou conhecido por posar com placa quebrada em homenagem à vereadora assassinada Marielle Franco

Vitória
Publicado em 05/12/2022 às 10h15
O deputado federal Daniel Silveira e o senador eleito Magno Malta
O deputado federal Daniel Silveira e o senador eleito Magno Malta. Crédito: Bobby Boss/Câmara dos Deputados/Agência Senado

Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à suspensão dos direitos políticos, o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) foi convidado pelo senador eleito pelo Espírito Santo Magno Malta (PL) para ser seu chefe de gabinete em Brasília.

Silveira, apesar da decisão do STF, tentou se eleger senador pelo Rio de Janeiro, mas não foi o escolhido pelos eleitores. Romário (PL) ficou com a vaga.

Assim, a partir de fevereiro de 2023, Silveira vai ficar sem mandato e sem cargo público. A não ser que aceite uma proposta, como a de Magno.

Silveira ainda não decidiu se topa. O convite foi confirmado à coluna pela assessoria de Magno.

Magno é bastante próximo do deputado, que já esteve no Espírito Santo.

Os dois são aliados do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), que, a partir do ano que vem, vai dar lugar a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Magno Malta, por sua vez, foi eleito com 821.189 votos (41,95%) no último dia 2 de outubro.

Ele foi senador por dois mandatos, ou seja, 16 anos, e vai voltar para ocupar a cadeira por mais oito.

ATAQUES AO SUPREMO

Daniel Silveira e Magno são conhecidos por ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal.

Aliás, Daniel Silveira estava na plateia e foi chamado ao palco por Magno no Conservative Political Action Conference (CPAC Brasil), em junho, em Campinas.

No evento, o ex-senador atacou o ministro Luís Roberto Barroso. Disse, falsamente, que o ministro "bate em mulher". Em 2013, quando era procurador e advogado, Barroso foi alvo de denúncias, apresentadas por uma advogada que havia apresentado queixas também contra desembargador, juízas, delegada e inspetor de polícia.

Por falta de justa causa, a ministra do Superior Tribunal de Justiça Eliana Calmon rejeitou, liminarmente, queixa-crime, considerou que a advogada não apresentou, de forma minimamente plausível as circunstâncias de tempo, local e modo de execução dos delitos contra a honra dos acusados, tampouco individualizou as condutas.

Devido à acusação de que Barroso "bate em mulher", Magno virou réu no Supremo e responde a processo pelo crime de calúnia.

QUEM É DANIEL SILVEIRA

Daniel Silveira e Rodrigo Amorim, à época candidatos pelo PSL, exibem placa quebrada em homenagem à vereadora Marielle Franco
Daniel Silveira e Rodrigo Amorim, à época candidatos pelo PSL, exibem placa quebrada em homenagem à vereadora Marielle Franco. Crédito: Reprodução/Twitter

Policial Militar da reserva do Rio de Janeiro, Daniel Silveira ganhou notoriedade em 2018, quando apareceu, sorridente, segurando uma placa quebrada. 

A placa tinha o nome Marielle Franco e foi feita em homenagem à vereadora do Rio assassinada no mês de março daquele ano.

Também invadiu o tradicional Colégio Pedro II, no Rio, querendo flagrar qualquer coisa que considerasse de conotação política e gravou vídeos com ameaças a ministros do STF.

Assim, manteve-se em evidência e sempre atrelado às pautas do bolsonarismo.

É um ex-presidiário, foi preso por defender o AI-5, o ato mais duro e sangrento da ditadura militar brasileira. Mas foi perdoado por Bolsonaro.

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