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Marcos do Val diz que vai se afastar do Senado e sair definitivamente da política

Filiado ao Podemos, parlamentar do ES disse que Bolsonaro o coagiu a dar um golpe de Estado. Do Val ainda foi alvo de críticas após cumprimentar Rodrigo Pacheco pela vitória na eleição da Mesa Diretora

Vitória
Publicado em 02/02/2023 às 06h40
Marcos do Val
Senador Marcos do Val. Crédito: Roque de Sá - Agência Senado

Às 2h16 da madrugada desta quinta-feira (2), o senador do Espírito Santo Marcos do Val (Podemos) publicou no Twitter o link para uma "notícia urgente" que postou no Instagram, naquele mesmo horário. No texto, o parlamentar comunica a saída da política, "definitivamente".

"Não adianta ser transparente, honesto, lutar por um país melhor se os ataques e as ofensas seguem da mesma forma. Nos próximos dias, darei entrada no pedido de afastamento do Senado e voltarei para a minha carreira nos EUA", escreveu Do Val.

Nos comentários, diversos apoiadores pedem para que ele continue na vida pública. Enquanto outros torcem para que a saída se confirme.

Em post no Instagram, Marcos do Val diz que vai sair definitivamente da politica
Em post no Instagram, Marcos do Val diz que vai sair definitivamente da politica. Crédito: Reprodução/Instagram

Do Val foi eleito em 2018. Tem mais quatro anos de mandato. A 1ª suplente dele é Rosana Foerst. É ela que teria direito a assumir a cadeira caso ele realmente peça para sair.

A coluna telefonou para o senador no início da manhã desta quinta-feira (2), mas ainda não conseguiu contato com o parlamentar.

Ainda na madrugada, em uma live (transmissão ao vivo), o senador afirmou que, na sexta-feira (provavelmente, amanhã), a revista Veja vai noticiar que ele, Do Val, foi coagido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a dar um golpe de Estado:

Marcos do Val (Podemos)

Senador do ES

"Vai sair na Veja a tentativa de Bolsonaro de me coagir para que eu pudesse dar um golpe de Estado junto com ele, só para vocês terem ideia. E é logico que eu denunciei"

Bolsonaro perdeu as eleições de 2022 e sempre desacreditou o sistema eleitoral, sem provas, insuflando apoiadores a atos antidemocráticos, o que culminou na invasão à sede dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro de 2023.

Do Val foi apoiador de Bolsonaro enquanto ele esteve à frente da Presidência da República, embora reclamasse de ser chamado de bolsonarista.

Ele apoia pautas como o armamento da população civil e foi um defensor do então presidente na CPI da Covid, inclusive divulgou medicamentos comprovadamente ineficazes contra a doença, seguindo o exemplo de Bolsonaro.

Após a invasão das sedes dos Três Poderes, o senador do Espírito Santo afirmou que, com o ato, a direita "deu um tiro no pé".

Em seguida, entretanto, foi ao ginásio da Polícia Federal em que os golpistas eram mantidos para passar por triagem antes de serem enviados para presídios do Distrito Federal. Lá, os elogiou e afagou.

O rompante de Do Val sobre abandonar a política deu-se após uma sequência de stories (publicações no Instagram que ficam no ar por 24 horas) em que ele rebateu críticas por ter cumprimentado o presidente reeleito do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), pela vitória na eleição da Mesa Diretora, nesta quarta-feira (1º).

O voto dos senadores foi secreto, mas, ainda antes do pleito, Do Val declarou que optaria pelo adversário de Pacheco, o bolsonarista Rogério Marinho (PL).

O fato de ter cumprimentado o colega não quer dizer que tenha votado de forma diversa. O próprio Do Val publicou vídeo que mostra o abraço que deu em Pacheco.

"Somos amigos e sou grato a ele porque durante a Covid ele me ajudou a enviar recursos para o meu estado", explicou o senador.

Do Val acabou em uma lista feita por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entre os senadores que votaram contra Rogério Marinho, Chamou a publicação de "fake news":

Marcos do Val (Podemos)

Senador, em post no Instagram

"Cada história que criam... Contando os dias para largar esse mandato! Vocês não merecem o meu esforço!"

Chegou até a responder de forma rude, e um tanto infantil, a uma seguidora. "Qual é o seu valor, Marcos do Val?", perguntou a eleitora. "O mesmo da sua mãe!", rebateu o parlamentar do Podemos.

Em seguida, veio "a notícia urgente" sobre o afastamento do mandato e a saída definitiva da política.

Não se sabe se, realmente, Do Val vai largar o mandato e a política, de vez.

Não seria improvável que ele creditasse as publicações nas redes sociais a um momento de desabafo e, "diante de inúmeros pedidos para que permaneça no cargo", dissesse ao povo que fica.

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