O ex-prefeito de Colatina Sérgio Meneguelli está isolado em casa, na cidade do Noroeste do Espírito Santo, e segue refratário a conceder entrevistas desde que foi rifado da disputa pelo Senado.
O Republicanos ofereceu a ele a possibilidade de concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa.
Meneguelli ainda não disse publicamente se aceita, mas o presidente da Assembleia, Erick Musso, que o substituiu como postulante ao Senado, afirmou que o ex-prefeito atendeu ao pedido do partido para mudar o cargo pretendido.
Um integrante do Republicanos, no entanto, diz que outra proposta foi colocada na mesa: lançar Meneguelli ao governo, no lugar de Erick. Seria uma dança das cadeiras e mais uma reviravolta no pleito.
Por isso, o ex-prefeito apareceu sorridente em foto com membros do partido, que prega união, mesmo após ter o tapete puxado. Ele esperava mais. "Seria um conforto", diz um aliado de Meneguelli.
O secretário-geral do Republicanos no estado, Devanir Ferreira, no entanto, é taxativo: "Zero possibilidade".
"Ele queria (ser candidato ao governo), mas não tem essa possibilidade", afirmou à coluna, neste sábado (30).
O único caminho para o ex-prefeito é a eleição para deputado estadual.
Ainda não se sabe se ele vai comparecer à convenção estadual do Republicanos, marcada para este domingo (31).
Em entrevista coletiva concedida na sexta-feira (29) à noite, Erick Musso, ao lado do deputado federal Felipe Rigoni (União Brasil), disse que os dois estão juntos, vão formar uma coligação apenas para o Senado, sem apoiar ninguém para o governo.
E essa segue como a palavra de ordem, conforme a coluna apurou com pessoas próximas à cúpula do partido.
Após ler na coluna que Devanir classificou como "zero" a possibilidade de o ex-prefeito de Colatina ser lançado ao Palácio Anchieta, Meneguelli quebrou o silêncio e enviou à coluna uma frase: "Não houve discussão formal com o partido sobre candidatura minha ao governo. Logo, não fui barrado. Mas o futuro a Deus pertence".
Meneguelli foi rifado, de acordo com fontes do Republicanos, por iniciativa do presidente nacional da agremiação, Marcos Pereira, depois que este foi procurado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
O intento seria ajudar o correligionário Magno Malta (PL), que quer voltar a ser senador.
O contato de Pereira foi feito com o presidente estadual do Republicanos, Roberto Carneiro.
Questionado, na sexta-feira, se houve interferência da direção nacional na retirada de Meneguelli do páreo, Erick Musso disse que a ele, pessoalmente, não chegou esse pedido. "A mim, não". Não afirmou, portanto, que a ordem não foi recebida por outros membros da legenda.
Após a publicação desta coluna, Roberto Carneiro entrou em contato: “Deixar claro que nunca houve discussão da candidatura de Sérgio ao governo, portanto o que nunca existiu não pode ser barrado”.
O título da coluna dizia que o Republicanos "barra" nova reviravolta. Depois da declaração de Carneiro, a palavra foi substituída por "nega". De qualquer forma, a manifestação de Carneiro joga mais um balde de água fria nas pretensões de Meneguelli e seus aliados.
"O clima interno no Republicanos é de união e Serginho tem estado conosco como um parceiro e amigo", complementou Carneiro.
Magno Malta negou ter feito qualquer intervenção para que a candidatura do ex-prefeito de Colatina ao Senado fosse descartada.
Meneguelli creditou a Magno a orquestração da manobra.
Pessoas próximas a Meneguelli dizem que ele está, obviamente, magoado e triste com o desfecho da própria pré-candidatura ao Senado e avalia se parte para a corrida por uma cadeira de deputado estadual.
Mas ele acalentava a possibilidade de tentar o governo.
Atualização
30 de julho de 2022 às 12:55
O título da coluna dizia que o Republicanos "barra" nova reviravolta. Depois da declaração do presidente estadual do partido Roberto Carneiro, a palavra foi substituída por "nega".
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