Três pré-candidatos ao Senado apareceram, neste sábado (30), na convenção da Rede/Psol, que confirmou o ex-prefeito da Serra Audifax Barcelos como o candidato do partido ao governo do Espírito Santo.
O auditor fiscal aposentado da Receita Estadual Gilbertinho Campos (Psol) é o nome da federação integrada pela Rede.
Ele estava lá, no cerimonial Vitória Grand Hall, em Vitória, onde a convenção foi realizada, mas não chegou a discursar.
O Psol e a Rede, no estado, estão juntos apenas por uma conjuntura singular, já que a federação é nacional. Mas o presidente estadual do Psol, Toni Cabano, afirma que o partido não vai pedir votos para Audifax. Não há afinidade entre o ex-prefeito e os militantes psolistas.
Quem também se fez presente no evento da Rede foram o pastor Nelson Junior (Avante) e o empresário Idalécio Carone (Agir). Os dois querem concorrer ao Senado.
A Rede divulgou, em 5 de julho, que havia firmado uma aliança com o Avante, costurada com a direção nacional do partido, o que pegou o presidente estadual do partido, Marcel Carone, de surpresa.
Neste sábado, Marcel foi à convenção que homologou Audifax e disse que os partidos ainda estão conversando.
Em entrevista, Audifax fez uma curiosa diferenciação. Segundo ele, há o candidato ao Senado da federação (Rede + Psol), Gilbertinho, e ainda vai surgir o candidato da coligação, que é integrada também pelo Solidariedade e pode receber novas adesões, como o Avante.
Isso, assim como quem vai ser candidato a vice-governador na chapa, deve ser definido até o dia 15 de agosto, quando se encerra o prazo para registro de candidaturas.
Juridicamente, a coligação não pode ter dois nomes ao Senado. A solução seria lançar o pastor Nelson Junior, por exemplo, de forma avulsa.
Nesse caso, o Avante não poderia se coligar com os demais partidos que apoiam o ex-prefeito da Serra e teria que partir sozinho na corrida pelo Senado, com um tempo ínfimo na propaganda de TV e rádio.
Aliados do presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), outro pré-candidato ao Senado, dizem que, na hipótese de Nelson Junior não concorrer, o deputado estadual vai buscar o apoio dele.
Questionado pela coluna sobre a possibilidade de uma parceria com Erick, de quem já havia se aproximado, Nelson Junior não descartou a ideia:
"Uma coisa que eu aprendi no meu pouco tempo de política é que, em política, tudo é possível".
Marcel Carone apressou-se a emendar que "Nelson Junior é o próximo senador do estado do Espírito Santo". O presidente estadual do Avante diz que continua conversando "com todos os partidos".
A convenção do Avante, que deve homologar o nome do pastor, está marcada para 5 de agosto, no limite do prazo permitido pela legislação eleitoral.
Já Idalécio, pai de Marcel, mas pré-candidato ao Senado pelo Agir, discursou na convenção de Audifax e garantiu que vai apoiar o ex-prefeito na eleição para o governo do estado sem esperar nada em troca.
O PASTOR
Nelson Junior se apresenta como conservador. Pastor, é dele a iniciativa do movimento "Eu escolhi esperar" que, resumidamente, prega a abstinência sexual até o casamento.
Audifax é evangélico, da Igreja Batista. Até teria afinidade com o pré-candidato do Avante. O mesmo não se pode dizer do Psol.
O Avante, até pouco tempo atrás, estava na base de apoio ao governador Renato Casagrande (PSB). Marcel Carone até ocupava um cargo comissionado na gestão estadual, posto do qual já pediu exoneração.
Nelson Junior, popular nas redes sociais e entre evangélicos, era um dos diversos nomes que tentavam se cacifar para obter o apoio do governador. O Avante estava no páreo.
A senadora Rose de Freitas (MDB), pré-candidata à reeleição, no entanto, consolidou-se nessa posição.
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