O PT tem candidato a prefeito nas quatro principais cidades da Grande Vitória. Nenhum deles lidera a corrida eleitoral, de acordo com as mais recentes pesquisas de intenção de voto. Os petistas João Coser e Célia Tavares estão em segundo lugar em Vitória e Cariacica, mas bem distantes dos primeiros colocados Lorenzo Pazolini (Republicanos) e Euclério Sampaio (MDB).
Na Serra, Professor Roberto Carlos (PT) apareceu com 3% em levantamento feito pelo Ipec a pedido da Rede Gazeta e divulgado em dois de setembro. Em Vila Velha, Babá (PT) alcançou o mesmo percentual em amostragem publicada em 23 de agosto.
Entre os quatro candidatos do Partido dos Trabalhadores, o que recebeu menos dinheiro da sigla para fazer campanha, até agora, foi, justamente, o de Vila Velha.
De acordo com o DivulgaCand, site oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Babá tem R$ 290.160,00 para gastar na campanha eleitoral. Desse total, R$ 217, 5 mil foram enviados pela direção nacional do PT; R$ 58,5 mil pelo órgão estadual do partido e R$ 10 mil do PCdoB.
Para se ter uma ideia, os também candidatos a prefeito de Vila Velha Arnaldinho Borgo (Podemos) e Coronel Ramalho (PL) arrecadaram R$ 2 milhões cada um.
O ex-deputado estadual Roberto Carlos, na Serra, conta com R$ 790 mil, sendo R$ 780 mil vindos da direção nacional do PT e R$ 8 mil do PCdoB.
Em termos de comparação, Audifax Barcelos (PP) e Pablo Muribeca (Republicanos) têm R$ 1,7 milhão, cada um, para fazer campanha à prefeitura cidade.
CÉLIA COM MAIS DE R$ 1 MILHÃO
Em Cariacica, a cifra destinada à candidatura petista é mais alta. A receita da campanha da ex-secretária municipal de Educação Célia Tavares é de R$ 1,2 milhão, quase tudo com origem na direção nacional do PT.
O valor arrecadado, até agora, supera o de Euclério Sampaio, favorito a vencer o pleito. O emedebista tem R$ 959 mil para fazer campanha.
COSER LIDERA
Entre os candidatos petistas, quem lidera em arrecadação é Coser. O ex-prefeito de Vitória tem, de acordo com o DivulgaCand, R$ 1,5 milhão em receitas. A direção nacional do PT mandou R$ 1,4 milhão e a estadual, R$ 62 mil. O próprio João Coser aportou R$ 60,1 mil na campanha dele de 2024.
O QUE ISSO SIGNIFICA
O dinheiro repassado por partidos a candidatos vem, principalmente, do Fundo Eleitoral. É um recurso bilionário, mas finito, abastecido pelos cofres públicos.
Em 2024, o Fundo é de R$ 4,9 bilhões. A verba é dividida pela Justiça Eleitoral entre os partidos de acordo com alguns critérios. Os principais são a quantidade de deputados federais de cada sigla e o número de votos recebidos pelo partido na eleição para a Câmara dos Deputados.
O Partido dos Trabalhadores, que tem a segunda maior bancada na Câmara, ficou com a segunda maior fatia do Fundo Eleitoral: R$ 619 milhões. Está atrás apenas do PL (R$ 886 milhões).
Já a distribuição desse valor entre os candidatos ocorre de acordo com os desígnios dos caciques partidários.
O PT tem, neste ano, 1.412 candidatos a prefeito em todo o país. A sigla aporta recursos nesses e em candidatos de outras siglas, apoiadas pela legenda.
Em São Paulo, por exemplo, os petistas estão no palanque do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). O PT destinou R$ 30 milhões para o candidato do PSOL.
No Espírito Santo, o PT lançou 19 candidatos a prefeito. Os principais são os já citados aqui, pois disputam os comandos das cidades com o maior número de habitantes entre essas 19.
A quantidade de dinheiro do Fundo Eleitoral destinada pelo partido aos candidatos é um sinal da importância estratégica da candidatura nos planos do partido.
E, certamente, o pragmatismo também seu lugar. Quando alguém tem chances de ganhar, atrai "investimentos" do próprio partido e de aliados.
As pesquisas de intenção de voto indicam, até o momento, que o PT não deve eleger nenhum prefeito na Grande Vitória.
Em 2020, o partido não emplacou prefeito em nenhum município do Espírito Santo.
As eleições municipais, porém, não apenas para o Partido dos Trabalhadores, são também uma forma de marcar posição de olho nas eleições de 2026.
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