Este é um espaço para falar de Política: notícias, opiniões, bastidores, principalmente do que ocorre no Espírito Santo. A colunista ingressou na Rede Gazeta em 2006, atuou na Rádio CBN Vitória/Gazeta Online e migrou para a editoria de Política de A Gazeta em 2012, em que trabalhou como repórter e editora-adjunta

O que a pesquisa Quaest revela sobre Luiz Paulo em Vitória

Ex-prefeito tenta voltar ao comando do Executivo municipal após 20 anos e está em terceiro lugar na corrida, empatado com Camila Valadão (PSOL). Percentuais mostram o tamanho do desafio do tucano

Vitória
Publicado em 29/08/2024 às 14h09
O candidato a prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas
O candidato a prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas. Crédito: Divulgação

A última vez que o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) disputou uma eleição foi em 2018, quando tentou uma vaga na Câmara dos Deputados, sem sucesso. Ele também participou dos pleitos de 2014, 2012, 2010 e 2006. Desses, o único em que foi vitorioso foi o de 2006. Exerceu o mandato de deputado federal de 2007 a 2011.

Antes, ele havia comandado o Executivo municipal,  de 1997 a 2004. Vinte anos depois, o tucano está na corrida para retornar à prefeitura. Pesquisa Quaest realizada a pedido da TV Gazeta e publicada na quarta-feira (28), contudo, mostra, percentualmente, o tamanho do desafio do tucano.

Na pesquisa estimulada — quando a lista com os nomes dos candidatos a prefeito de Vitória é exibida previamente aos entrevistados — Luiz Paulo aparece em terceiro lugar, com 8% das intenções de voto.

Ele está tecnicamente empatado com a deputada estadual Camila Valadão (PSOL), que tem 7%, já que a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

No recorte espontâneo, quando os entrevistados têm que citar, sem ver a lista dos candidatos antes, o nome em que pretendem votar, Luiz Paulo continua em terceiro e empatado com Camila, mas, numericamente atrás: ela tem 2% e ele, 1%.

Quem lidera a corrida é o atual prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), que tem 51% das intenções de voto estimuladas e 32% na pesquisa espontânea. João Coser (PT) está em segundo lugar nos dois recortes, com 17% e 8%, respectivamente.

Mas voltemos a Luiz Paulo.

A rejeição ao tucano é alta. Entre os entrevistados pela Quaest, 35% disseram que o conhecem e não votam nele. Outros 27% já não lembram do ex-prefeito.

Outro fator, até curioso, ocorre quando os entrevistadores perguntam aos eleitores quem é o candidato a prefeito apoiado pelo governador Renato Casagrande (PSB).

O governador, em Vitória, não apoia ninguém declaradamente. Não subiu em nenhum palanque. Mas, nos bastidores. reforça, ao mesmo tempo, as campanhas de Luiz Paulo e Coser.

O PSB, partido de Casagrande, é importante lembrar, está na coligação do candidato do PSDB.

Na quinta-feira (28), integrantes do governo estadual, entre eles o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) e a secretária de Estado de Governo, Emanuela Pedroso, participaram de um evento de mobilização da campanha do tucano.

Mas, para 20% dos eleitores, o governador está mesmo ao lado de João Coser. Outros 9%, sabe-se lá o motivo, acreditam que Casagrande está no palanque de Pazolini, o que passa bem longe da verdade.

O governador e o prefeito da Capital não são aliados, muito ao contrário.

Ainda assim, esses 9% são um percentual maior do que os 6% que identificam Luiz Paulo como o candidato apoiado por Casagrande.

O tucano, até poucos meses atrás, era subsecretário de Integração e Desenvolvimento na Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, ou seja, estava no segundo escalão da administração do socialista.

O TEMPO

Uma movimentação de partidos governistas garantiu a Luiz Paulo uma coligação respeitável. Além do PSDB e do Cidadania, que são partidos federados, ele conta com PSB, MDB, União Brasil e PMB.

Graças a essa aliança. tem o segundo maior tempo no horário eleitoral gratuito: dois minutos e 35 segundos, apenas dois segundos a menos que Pazolini.

O tempo, aqui, não só o de exibição da propaganda eleitoral na TV e no rádio, é um fator crucial.

Luiz Paulo tem muito tempo de carreira na política. Embora não exerça mandato eletivo desde fevereiro de 2011, ele não ficou alheio ao que se passa na gestão pública, participou de discussões e ocupou cargos técnicos e/ou comissionados.

Mas os anos como prefeito, se deixaram uma marca positiva na memória das pessoas, também turbinaram a rejeição. 

Talvez nem tanto pelo que fez ou deixou de fazer como chefe do Executivo, mas por ser uma figura do passado que tenta retornar ao poder, o que nem sempre é bem visto pelos eleitores.

E, mesmo com o segundo maior tempo no horário eleitoral, ele tem 37 dias para mudar intenções de voto e crescer na disputa.

Se Luiz Paulo conseguir computar, no dia 6 de outubro, um percentual de votos maior do que indica a Quaest hoje, e se Pazolini estacionar, o tucano pode fazer com que haja segundo turno nas eleições de 2024 na Capital.

Mas, apesar de Coser ser mais rejeitado que ele, pelo cenário atual, quem tem mais chances de passar à segunda etapa é o petista.

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