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O tête-à-tête entre Casagrande e o presidente nacional do PSB

PSB e PT estão em vias de fechar uma aliança no ES. E mais: Pazolini x palhaço; e o que o prefeito diz sobre a saída de um aliado da corrida eleitoral

Vitória
Publicado em 05/07/2022 às 02h10
Governador Renato Casagrande visitando a TecnoAgro
O governador Renato Casagrande é pré-candidato à reeleição, embora não tenha declarado isso publicamente. Crédito: Fernando Madeira

O governador Renato Casagrande, secretário-geral do PSB, tem conversa marcada com o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, na quarta-feira (6). Como o chefe do Executivo estadual está com Covid-19, o tête-à-tête vai ser virtual.

Em pauta, a aliança com o PT, que já está de braços dados com o PSB nacionalmente. A maior representação da parceria é o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, neossocialista que é vice na chapa do ex-presidente Lula.

No Espírito Santo, o PSB quer que os petistas retirem a pré-candidatura do senador Fabiano Contarato ao governo e apoiem a reeleição de Casagrande.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, a presidente estadual dos petistas, Jackeline Rocha, e o deputado federal José Guimarães (PT) também devem participar da conversa com Casagrande e Siqueira nesta terça.

Esse é um movimento que passa por São Paulo, onde o PSB tem a pré-candidatura de Márcio França ao Palácio dos Bandeirantes. O PT quer a saída dele do pleito e o apoio ao ex-prefeito Fernando Haddad. Para isso, outro encontro pode ser fundamental. No domingo (3), Lula e Alckmin almoçaram com França, pavimentando o caminho para o recuo dele.

O pré-candidato ainda tenta obter o endosso do PSD de Gilberto Kassab para se manter vivo no jogo, mas o desfecho esperado é que ele acabe mesmo apoiando Haddad, com anúncio a ser feito ainda esta semana. Assim, as coisas ficam mais fáceis para Casagrande.

Como a coluna já registrou, a manutenção ou não de Contarato na corrida pelo Palácio Anchieta sempre dependeu mais do próprio Casagrande e do PSB que do PT.

Embora a direção local do partido tenha reforçado a intenção de lançar o senador ao governo, em resolução aprovada no sábado (3), isso foi apenas pro forma. É o Grupo de Trabalho Eleitoral do PT nacional que vai bater o martelo sobre isso. Essa é outra reunião aguardada para esta semana. 

Os petistas locais estão na expectativa. A nacional deve promover um "casamento na delegacia", uma vez que a militância do partido não está nada entusiasmada a apoiar Casagrande. A presidente estadual do PT,  Jackeline Rocha, já deixou claro que avalia como pouco o que o governador ofereceu em troca da aliança, que foi apenas declarar voto em Lula.

Entre os dirigentes do PT há quem seja pragmático e entenda que a pré-candidatura de Contarato não se sustenta, dado o cenário nacional, apesar de ser competitiva no estado. O senador pontuou bem na pesquisa Ipec, ficando em segundo lugar, em maio

Mas não vão verbalizar isso publicamente. Pegaria mal com a militância e diversos dirigentes são também pré-candidatos. Jackeline Rocha, por exemplo, disputa uma vaga na Câmara dos Deputados e o ex-prefeito de Vitória João Coser quer uma cadeira na Assembleia Legislativa. Ele até já apareceu no palanque ao lado de Casagrande no anúncio do início das obras de construção do Viaduto do Complexo Viário de Carapina, na Rodovia das Paneleiras, no último dia 26.

PAZOLINI X PALHAÇO

O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), reagiu a queixas de parte dos servidores que acompanharam, nesta segunda-feira (4), o anúncio do percentual de reajuste a ser concedido aos funcionários públicos municipais. "Servidores, cuidado, quando você vota em um palhaço, você pode virar um palhaço", discursou o prefeito, referindo-se a um professor aposentado, representante da Associação dos Servidores Aposentados e Pensionistas de Vitória, Rafael Ângelo Brizotto.

O professor reclamava de descontos nos salários dos aposentados. Brizotto é também palhaço, disse que já teve uma trupe formada por crianças especiais.

Pazolini anunciou um reajuste de 12, 36% para os servidores municipais. Outros funcionários presentes aplaudiram o prefeito.

A QUEDA DE ÍCARO

Pazolini, questionado pela imprensa após o anúncio, comentou brevemente a saída do delegado da Polícia Civil Ícaro Ruginski dos quadros da prefeitura. Ruginski era pré-candidato a deputado federal pelo PSC, partido aliado ao Republicanos, e havia deixado o comando da Secretaria de Segurança de Vitória, como exige a legislação eleitoral.

Permaneceu, no entanto, como assessor especial na administração, cargo do qual foi exonerado na última sexta-feira (1). O delegado desistiu de disputar o pleito e, assim, poderia continuar na função, mas não foi isso que ocorreu.

No Instagram, ele postou um texto dizendo-se decepcionado "com pessoas que esperava que tivessem ao meu lado, mas que se mostraram totalmente indiferentes com minha pretensão, a essas pessoas agradeço pela lição de vida".

O prefeito, por sua vez, afirmou que considera Ruginski um irmão e que a relação dos dois não está abalada devido a questões políticas.

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