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Os motivos e o impacto da reeleição de Pazolini em Vitória

Prefeito de Vitória foi reeleito no primeiro turno e superou políticos tradicionais da cidade. Ainda impôs uma derrota para o grupo do governador Renato Casagrande (PSB)

Vitória
Publicado em 07/10/2024 às 03h00
Pazolini após resultado das eleições 2024
Pazolini após resultado das eleições 2024. Crédito: Vitor Jubini

O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), conseguiu ser reeleito em primeiro turno neste domingo (6), com 56,22% dos votos.

Os principais adversários superados por ele foram os ex-prefeitos João Coser (PT) e Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB). Coser, que chegou ao segundo turno em 2020, não conseguiu repetir a façanha. 

Já Luiz Paulo ganhou certo fôlego na reta final, mas somente nas pesquisas de intenção de voto. Nas urnas, o desempenho dele não foi suficiente para forçar um segundo turno.

Outro fator decisivo para a reeleição de Pazolini foi o tímido desempenho de Assumção (PL). O deputado estadual disputou a prefeitura em 2020, então filiado ao Patriota e, naquele ano, recebeu 12.365 votos, o equivalente a 7,22%.

Agora, saiu-se melhor, recebeu 17.946 votos (9,55%).

O candidato do PL é o que, em tese, teria mais condições de tirar votos do atual prefeito. Pazolini é um político de centro-direita que nunca se disse bolsonarista, mas, de acordo com as pesquisas de intenção de voto, desde o início da campanha de 2024 era o preferido dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Assumção, que contou com o apoio declarado de Bolsonaro, poderia prospectar a simpatia desses eleitores. Na Capital, como ocorreu na maioria das cidades capixabas, entretanto, o bolsonarismo não foi uma força decisiva nas eleições municipais.

O lulismo, tampouco. Não à toa, Coser era o candidato mais rejeitado pelos eleitores nas pesquisas de intenção de voto.

A campanha dos adversários do prefeito foi centrada em críticas à gestão municipal, como em relação ao asfaltamento de ruas e às áreas de educação e saúde. Mas, na prática, a administração é bem avaliada pela população, como também mediram os levantamentos.

Pazolini foi acusado de ser "morno". Mas isso não necessariamente é algo ruim. Ele pode até não ser um fenômeno de popularidade, como os prefeitos Arnaldinho Borgo (Podemos), de Vila Velha, e de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), mas também não é odiado, não tem alta rejeição.

Isso leva à observação dos atos da gestão e não ao culto à personalidade.

DERROTA DE CASAGRANDE

O governador Renato Casagrande (PSB) não declarou apoio a nenhum dos candidatos a prefeito de Vitória, mas forças governistas estavam nos palanques de Coser e Luiz Paulo.

Aliás, grande parte do secretariado estadual ficou ao lado do tucano. O vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) também.

Não adiantou.

A vitória de Pazolini no primeiro turno, indiretamente, é uma derrota para Casagrande e seu grupo.

O objetivo dos casagrandistas era ao menos fazer com que houvesse segundo turno na Capital, para diminuir a força política do atual prefeito.

ELEIÇÕES 2026

Pazolini é um possível candidato ao governo do Espírito Santo em 2026, o que vai de encontro aos planos de Casagrande de eleger o sucessor.

O próprio Pazolini não descarta abandonar o segundo mandato na metade para concorrer ao Palácio Anchieta.

Ele sai fortalecido das urnas para concretizar essa ideia.

O resultado na Capital ainda “dá moral” para o partido do prefeito, o Republicanos, que elegeu, ao todo, oito prefeitos no Espírito Santo e manteve-se no comando da maior vitrine municipal do estado.

No Instagram, o ex-governador Paulo Hartung (sem partido), que até então não havia se manifestado sobre as eleições na Capital, parabenizou Pazolini após o resultado: "Alegria!! Se consolida uma nova liderança no Espírito Santo".

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