Vinte e um dias se passaram entre a pesquisa Quaest feita com eleitores de Vitória em agosto e a divulgada nesta quarta-feira (18). Nesse intervalo, houve o início do horário eleitoral gratuito na TV e no rádio, entrevistas realizadas com os candidatos a prefeito por A Gazeta e CBN Vitória, intensificação da campanha nas ruas e nas redes sociais e até o primeiro debate televisivo, transmitido pela Band/TV Capixaba.
Mesmo assim, quase nada mudou. O prefeito da Capital, Lorenzo Pazolini (Republicanos), segue liderando a corrida eleitoral, mas no mesmo patamar de antes.
Como a margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, não dá para dizer que um candidato cresceu ou desidratou, apenas que oscilou para cima ou para baixo, já que a alteração nos percentuais foi pequena em relação a todos eles.
Pazolini saiu de 51% para 53% das intenções estimuladas de voto, quando uma lista com os nomes dos candidatos é mostrada previamente aos entrevistados.
Isso quer dizer que ele pode ser reeleito no primeiro turno, mas o resultado indica que o prefeito passaria "raspando" no teste, o que não é suficiente para o republicano ficar confortável.
Para ser declarado vencedor já no dia 6 de outubro, um candidato precisa de ao menos 50% dos votos mais um voto.
A vantagem de Pazolini em relação ao segundo colocado, porém, continua elástica (passou de 34 para 38 pontos percentuais). Não chega a ser novidade em relação à amostragem anterior, mas é uma boa notícia para o atual chefe do Executivo municipal.
O deputado estadual e ex-prefeito João Coser (PT) tinha 17% das intenções de voto em agosto e agora oscilou para baixo, para 15%.
Outro ex-prefeito, Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) aparece com os mesmos 8% de intenção de voto.
O deputado estadual Assumção (PL) oscilou de 2% para 5%, ou seja, continua com um desempenho tímido. O parlamentar de direita, que também pode ser considerado de extrema direita, não consegue tirar votos de Pazolini, um político de centro-direita.
A também deputada estadual Camila Valadão (PSOL) passou de 7% para 4%.
Dentro da margem de erro, Luiz Paulo, Assumção e Camila estão tecnicamente empatados.
Du (Avante), que não pontuou na pesquisa de agosto, agora aparece com 1%. Nada que ele possa comemorar.
No quesito rejeição, pouca coisa mudou, Coser segue como o mais rechaçado. O petista tinha 42% de rejeição em agosto e agora piorou: 51% o rejeitam.
Luiz Paulo, numericamente, já não é o segundo mais rejeitado. Ele tinha, em agosto, 35% de rejeição em agosto e agora tem 41%, mas Assumção o superou nesse quesito negativo.
O candidato do PL era rejeitado por 30% e agora 42% dos eleitores dizem não votar nele de jeito nenhum. São 12 pontos percentuais de diferença, algo que não pode ser ignorado.
A rejeição a Camila também aumentou consideravelmente, passou de 25% para 32%.
Já a de Pazolini permanece em 21%. Mais um ponto positivo para o prefeito.
Entre uma pesquisa e outra, Pazolini apareceu por 15 dias na TV no horário eleitoral gratuito. Em blocos fixos e em inserções durante os comerciais, ele destacou os feitos da própria gestão.
Ainda assim, a percepção sobre a administração municipal está praticamente igual. Em agosto, 67% dos entrevistados pela Quaest avaliaram positivamente a gestão do prefeito. Agora, esse percentual é de 68%.
Essa estabilidade, entretanto, não é ruim. A administração é bem avaliada, somente 8% a classificam de forma negativa.
Esse é o principal trunfo do prefeito na corrida eleitoral.
SEGUNDO TURNO
Num eventual segundo turno entre Pazolini e Coser, o que reeditaria o confronto de 2020, o prefeito, mais uma vez, levaria a melhor, de acordo com a pesquisa divulgada nesta quarta. O republicano venceria o petista por 65% contra 24%.
OS MOTIVOS
Mas por que ficou tudo tão parecido, entre uma pesquisa e outra?
Bem, posso aqui apenas supor que entre as causas estão.
- O horário eleitoral gratuito, aparentemente, não está surtindo efeito;
- Os concorrentes de Pazolini não empolgam os eleitores de Vitória;
- A avaliação positiva da gestão está consolidada;
- A rejeição a Coser, Assumção e Luiz Paulo os impede de crescer;
- Os efeitos do debate na Band/TV Capixaba, ao qual Pazolini não compareceu, não foram captados pela pesquisa, já que o embate foi realizado na noite de 16 de setembro e os pesquisadores foram às ruas nos dias 16 e 17;
E, principalmente:
5) Os eleitores não estão muito interessados no pleito municipal. Logo, não se engajaram nos apelos feitos pelos candidatos nos últimos 21 dias.
Esse é um dado revelado pela própria Quaest. O levantamento mais recente mostra que 48% dos eleitores estão pouco interessados na eleição e 20% nada interessados.
Os muito interessados são 31%.
Faltam menos de 20 dias para as eleições.
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