O ex-prefeito de Vitória Luciano Rezende já foi até citado como um provável sucessor de Renato Casagrande (PSB) no Palácio Anchieta. Deixou a administração da Capital em 2020 sem conseguir eleger o sucessor, o deputado estadual Fabrício Gandini, que é do mesmo partido que ele, o Cidadania.
Desde então, o ex-prefeito "mergulhou". De acordo com aliados, ele ainda conversa com atores políticos, como o próprio Casagrande e pessoas mais próximas, como a ex-secretária estadual de Turismo Lenise Loureiro (Cidadania).
Luciano tem assento na Executiva nacional do Cidadania, é o segundo vice-presidente estadual do partido e preside o conselho curador da Fundação Astrogildo Pereira, ligada à legenda. Mas mesmo dentro da sigla tem tido atuação tímida.
"Tive 30 anos de mandato. Agora estou cuidando da minha vida, me reorganizando, não tem nada decidido", afirmou, à coluna, já adiantando a resposta a uma pergunta: o ex-prefeito não vai ser candidato nestas eleições?
Por enquanto, não. "Se mudar, eu te aviso", adiantou. Presidente estadual do Cidadania, Gandini incentiva o aliado a disputar.
O nome de Luciano não está no esboço da chapa para eleger deputados federais ou estaduais a ser formada com o PSDB, partido que forma federação com o Cidadania. O posto de candidato ao Senado poderia ser uma opção.
O PSDB também tem um integrante para compor a chapa majoritária, como vice ou disputando uma cadeira de senador, o ex-senador Ricardo Ferraço.
O Cidadania é aliado de Casagrande. O PSDB ainda vai definir quem apoiar na disputa ao governo do estado, mas também está inclinado ao socialista, o que levaria a federação ao palanque pela reeleição do atual governador. Assim, caberia a Casagrande decidir quem ocuparia as vagas de vice e de candidato ao Senado na chapa. A fila de interessados é grande.
Voltando a Luciano Rezende, ele sempre destacou ser aliado do governador e que a única certeza é que não disputaria nada contra o aliado.
Depois que deixou a prefeitura, Luciano passou a atuar como professor e coordenador de uma pós-graduação em Medicina esportiva, área de especialização do ex-prefeito.
"Estou focado na retomada profissional, organizando a pós em Medicina esportiva e dando aulas de consultoria", resumiu.
Nas redes sociais, ele também aparece em momentos com a família e praticando remo.
"Eu tenho conversado sempre com ele, mas não é candidato este ano. A gente discute muito, ele dá opiniões, me apoia, é parceiro dentro do Cidadania, faz reflexões sobre a política do país, contextualiza sobre o que deve ser minha campanha, acompanha ao largo", contou Lenise, que é pré-candidata a deputada estadual.
"Ele está dando um tempo deste pleito, não significa que ele deixe totalmente a política", avaliou.
Outras pessoas próximas a Luciano avaliam que a derrota de Gandini, ainda no primeiro turno, na disputa pela Prefeitura de Vitória abalou o ex-prefeito.
A campanha de Gandini nem se atrelou muito à imagem do então prefeito da Capital, mas o deputado estadual é sabidamente uma espécie de pupilo de Luciano. A pré-candidatura do parlamentar ao Executivo municipal foi anunciada com bastante antecedência, era o plano A e B.
Luciano foi vereador de Vitória, eleito em 2004. Foi deputado estadual, em 2011 e 2012, quando acabou alçado ao posto de prefeito da cidade. Em 2016, foi reeleito após uma disputa acirrada com o então deputado estadual Amaro Neto, na época filiado ao Solidariedade.
O então prefeito apostou as fichas em Gandini em 2020 para manter seu grupo político no comando da prefeitura. Quem levou a melhor foi Lorenzo Pazolini, filiado ao Republicanos, mesmo partido que hoje abriga Amaro.
"Até onde eu sei, ele (Luciano) não tinha ambição de ser governador. Houve uma época em que ele foi cotado, mas não houve pretensão formal do partido nem convite feito. O sonho dele sempre foi ser prefeito de Vitória e isso ele alcançou", afirmou um aliado.
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