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PP a um passo de integrar o secretariado de Pazolini

Vereador de Vitória pode ir para o primeiro escalão do Executivo, na pasta de Cultura. Mas tem algumas exigências

Vitória
Publicado em 22/05/2023 às 16h10
Atualizado em 22/05/2023 às 20h09
Anderson Goggi, Lorenzo Pazolini, Aridelmo Teixeira e Marcos Delmaestro
Anderson Goggi, Lorenzo Pazolini, Aridelmo Teixeira e Marcos Delmaestro. Crédito: Reprodução/Instagram @delmaestro

No último dia 12, o presidente municipal do Progressistas, Marcos Delmaestro, reuniu-se com o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos). Em pauta, a ida do partido, oficialmente, para a administração. Isso significaria um lugar para o PP no secretariado.

O principal nome do partido na cidade é o do vereador Anderson Goggi, que também participou do encontro. "Colocamos alguns pontos de vista para achar uma oportunidade de caminhar juntos, mas há entraves na administração e no partido", afirmou Delmaestro à coluna, na última sexta-feira (19).

Ele não detalhou quais seriam os entraves. "Estamos conversando, mas não está marcado o casamento", resumiu o presidente municipal.

Goggi é o único vereador do PP na Capital. A sigla não faz oposição, mas tampouco se diz integrada à base aliada ao Executivo na Câmara. A legenda não tem representante no primeiro escalão de Pazolini. 

"Se tiver ponto de convergência, o nome do PP em Vitória é Anderson Goggi", respondeu Delmaestro, ao ser questionado sobre um possível representante no secretariado.

"O PREFEITO FEZ O CONVITE", DIZ VEREADOR

Na noite desta segunda-feira (22), Goggi afirmou à coluna que o prefeito o convidou para compor o secretariado. A pasta não foi definida, mas a de Cultura, segundo o parlamentar, é uma possibilidade. 

"Ele fez o convite e nós fizemos colocações em relação à autonomia que teríamos na gestão, por exemplo, quanto ao carnaval", contou o vereador.

"Queremos voltar com a tradição do carnaval, mas respeitando as famílias. A cultura é uma das molas que potencializa a economia. E seria hipocrisia achar que, em quatro dias de carnaval, as pessoas vão ficar todas dentro de casa. É preciso um planejamento estratégico, chamando a comunidade para discutir, chamando todas as partes envolvidas, sem imposição", complementou Goggi.

Atualmente, o secretário municipal de Cultura é Luciano Picoli Gagno.

Se passar a integrar o primeiro escalão de Pazolini, Goggi vai querer ao menos mais um cargo. É que o vereador, ao se licenciar da Câmara, abriria espaço para o 1º suplente, Baiano do Salão (PTB). Mas o parlamentar tem outros planos para ele.

"Queremos dar oportunidade ao 2º suplente (Ronalt Ribeiro, do PTB), que assumiria o mandato. O 1º suplente ficaria com algum cargo de destaque na prefeitura", elenca o vereador.

Isso, entretanto, depende de Pazolini e, imagina-se, da aptidão de Baiano do Salão para o aventado cargo de destaque.

Outro fator em jogo é o tempo. Anderson Goggi é pré-candidato à reeleição e, como tal, a partir de abril de 2024 não pode ocupar função de ordenador de despesas no Poder Executivo. 

Assim, se virar titular da pasta agora, vai ter que deixar o posto em cerca de nove meses. Ele chegou a estipular um prazo para o prefeito decidir se aceita ou não os termos do PP para ingressar na gestão.

"Se não tivermos uma resposta até sexta-feira (dia 26), eu vou declinar do convite. Do contrário, eu teria pouco tempo para cuidar da secretaria. O que eu entregaria para a cidade? Não estou em busca de cargo, de emprego, tenho o meu mandato", ponderou o parlamentar.

ARTICULAÇÃO

Em ano pré-eleitoral, Pazolini tem tentado melhorar a articulação política. Isso significa fazer concessões, para o bem ou para o mal.

O PP é um partido de centro-direita. Na Câmara dos Deputados, integra o Centrão. No Espírito Santo, está no governo Renato Casagrande (PSB). 

"Casagrande, quando fomos apoiar, eu trouxe dois economistas a um hotel de Vitória. Fizemos um seminário e pedimos para Casagrande colocar aqueles tópicos no plano de governo. Ele concordou e a gente pulou para dentro. É isso que estamos fazendo em relação à prefeitura. E cabe ao prefeito decidir", afirmou o presidente do PP em Vitória.

Delmaestro é assessor especial, um cargo comissionado, na Casa Civil do governo estadual. 

Pazolini manteve-se hostil ao socialista até o início de 2023, quando aproximou-se institucionalmente do chefe do Palácio Anchieta, mas está longe de ser um aliado político.

Delmaestro, porém, diz que o governador não influencia as decisões do partido em Vitória.

A coluna tentou contato com o prefeito, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

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