A presidente do PT no Espírito Santo, Jackeline Rocha, já disse que o partido vai "colocar o bloco na rua", ou seja, dar força à pré-candidatura do senador Fabiano Contarato (PT) ao Palácio Anchieta.
Teve planejamento da pré-campanha e agendamento de plenárias, reuniões com militantes no interior do estado. E até contato com a Rede, que tem a própria pré-candidatura ao governo, com Audifax Barcelos.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, está entrando em contato, por telefone, com dirigentes locais do partido adotando um tom diferente.
A coluna apurou que ela não pediu, em conversas nos últimos dias, a retirada de Contarato do jogo, mas quer que o caminho seja pavimentado para uma possível aliança com o PSB do governador Renato Casagrande, o que, sim, tiraria o senador do tabuleiro.
Gleisi quer que haja clima para uma eventual parceria entre PT e PSB no Espírito Santo. Essa é uma decisão que deve partir da direção nacional, mas a presidente pretende, se for essa a opção, que não haja um "casamento na delegacia", devido à beligerância entre as partes.
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, deixou claro para Gleisi que o apoio do PT a Casagrande seria importante. Assim, para azeitar as conversas sobre outros estados, em que a coisa não anda bem, como São Paulo, os petistas poderiam conceder a aliança ao PSB.
Os dois partidos já estão juntos nacionalmente. O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin vai ser o vice na chapa do ex-presidente Lula.
A prioridade do PT é fazer com que Lula suba, triunfante, mais uma vez, a rampa do Palácio do Planalto. Um palanque local para o petista, com Contarato, poderia ajudar nisso. Já Casagrande não parece entusiasmado a fazer campanha para o ex-presidente.
As conversas, no entanto, como já mencionado, perpassam outros estados. E o PSB local já afirmou que os candidatos a deputado pelo partido vão pedir voto para Lula no Espírito Santo.
"O que o PSB tem a oferecer ao PT? Vão fazer campanha para o Lula? Vão dar espaço na majoritária (candidatura a vice ou ao Senado)? É uma decisão nacional, mas tem que haver alguma proposta", avalia um petista ouvido pela coluna.
Já houve certo estresse entre petistas e socialistas. Um casagrandista disse à coluna, por exemplo, que afirmar que o governo não investe no social é "fake news". Essa é uma área em que o PT avalia que o estado precisa dar mais atenção.
A tendência, após o pedido de Gleisi, é que as negociações entre PT e PSB sejam aceleradas no estado.
Em reunião com a presença de Casagrande no último dia 12 ficou acertado que as duas siglas voltariam a conversar mesmo. Mas, de lá para cá, não houve um novo encontro.
Entre aliados de Casagrande, fora do PSB, alguns avaliam que seria melhor para o projeto da reeleição do socialista se o PT ficasse fora da aliança e Contarato disputasse o governo, ainda que isso dividisse os votos da esquerda. Tudo para não haver associação ao PT. Apoiadores do governador vão da esquerda à centro-direita, chegando a alguns bolsonaristas.
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