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PT do ES aprova resolução e mantém Contarato na disputa, mas isso não quer dizer muita coisa

Petistas locais realizaram o Encontro Estadual de Tática Eleitoral, mas quem vai bater o martelo sobre o destino da pré-candidatura do senador é a direção nacional do partido

Vitória
Publicado em 03/07/2022 às 02h10
Senador Fabiano Contarato em cerimônia de filiação ao PT em Vitória
Senador Fabiano Contarato em cerimônia de filiação ao PT em Vitória. Crédito: Reprodução/PT Youtube

Os mais de cem delegados do PT do Espírito Santo aprovaram, neste sábado (2), à unanimidade, uma resolução que referenda o nome do senador Fabiano Contarato como pré-candidato do partido ao governo.

Ainda que conte com o endosso dos dirigentes e da militância locais, no entanto, o parlamentar deve ficar fora da disputa. Os petistas caminham para apoiar a reeleição do governador Renato Casagrande (PSB), por determinação da direção nacional do PT.

Essa aliança, como a coluna já mostrou, passa por costuras que envolvem outros estados, principalmente São Paulo. Por lá, o PSB tem a pré-candidatura de Márcio França ao Executivo estadual. 

Se ele desistir e apoiar Fernando Haddad (PT), como contrapartida o PT deve endossar nomes socialistas em outras unidades da federação, como o Espírito Santo.

E já está tudo encaminhado para França recuar. O apresentador de TV Datena (PSC) não vai mais concorrer ao Senado em São Paulo, deixando a corrida mais suave para França mudar o foco e mirar no parlamento.

O pessoal do PT do Espírito Santo sabe disso, mas quis marcar posição com a resolução aprovada neste sábado. Ao menos para poder dizer: "Olha, nós tentamos, não foi por nossa causa que Contarato não foi candidato".

Contarato participou do Encontro Estadual de Tática Eleitoral do PT, realizado de forma virtual, e encerrou com uma fala emocionada, dizendo sentir-se apoiado em âmbito local. 

No início, houve um pequeno ruído de comunicação. O senador não havia recebido o link para participar do encontro, mas conseguiu acessar a reunião ainda enquanto a abertura era realizada.

O (ainda) pré-candidato ao governo do Espírito Santo já disse, em outra ocasião que, se for rifado, que o ônus fique com a direção nacional do partido.

"A gente cumpriu um rito interno para manter a coerência", resumiu um dos delegados do partido reunidos neste sábado.

REUNIÃO COM A NACIONAL

Uma reunião com o Grupo de Trabalho Eleitoral montado pela direção nacional do PT vai ocorrer nesta semana e deve ser decisiva. Ao GTE, os petistas locais vão ter a resolução deste sábado a apresentar, como argumento.

A Casagrande, por sua vez, só resta aguardar o desfecho praticamente certo dessa história. Sem Contarato no páreo, há mais chances de o socialista vencer ainda no primeiro turno, uma vez que não deve haver divisão dos votos da centro-esquerda. 

O governador já fez um gesto público, considerado tímido pelos petistas locais, ao declarar que vai votar no ex-presidente Lula para a Presidência da República.

Fazer campanha para Lula, no entanto, são outros quinhentos. O governador também já afirmou, à coluna, que palanque exclusivo não vai rolar, uma vez que entre os aliados dele há apoiadores de outros presidenciáveis, como Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (considerando a iminente chegada do MDB de Rose de Freitas à base aliada).

A bem da verdade, a manutenção ou não da pré-candidatura de Contarato sempre dependeu mais de Casagrande e do PSB do que do próprio senador e do PT local.

SENADO

O nome do candidato ou candidata do PT ao Senado no estado segue em aberto. Esse ponto não chegou a ser discutido no encontro. 

A ex-secretária de Educação de Cariacica Célia Tavares e o ex-reitor da Ufes Reinaldo Centoducatte estão no páreo.

É improvável que o PT consiga o apoio da Casagrande a um deles, uma vez que a bênção do governador já é cobiçada pela senadora Rose de Freitas, pelo ex-secretário de Segurança Pública Alexandre Ramalho (Podemos) e pelo deputado federal Da Vitória (PP).

Rose, aliás, é unha e carne com Casagrande, sempre presente em eventos do Palácio Anchieta nos últimos tempos.

Há a possibilidade, garantida pela lei eleitoral e reforçada por entendimento do Tribunal Superior Eleitoral, do lançamento de candidaturas avulsas, ou seja, o PT pode se coligar com Casagrande e lançar alguém ao Senado. 

Só que, para esse último cargo, tem que ir sozinho, sem formar outra coligação.

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